segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Alcochete connection?

Mais notícias sobre o assunto do momento que, aliás, já foi motivo de dois posts neste blogue. O Público on-line de hoje vem informar que afinal de contas sempre houve um e-mail da parte do filho mais velho de Júlio Monteiro, tio do Primeiro-ministro portugês.

Neste momento, parece-me que, ou as dúvidas sobre um eventual envolvimento do Primeiro-ministro se disolvem rapidamente, ou o PS terá de enfrentar um mar de adversidades que poderão sair-lhe caras nas próximas legislativas.

Parece-me que a "máquina" já se colocou em movimento. Em última análise, o que está em causa não é o apuramento da "verdade dos factos" (esta é deixada, e muito bem, para os tribunais e as polícias) mas tão-somente a sobrevivência do poder instituido. A salvaguarda de um bom resultado nas próximas eleições.

Ainda há pouco vi o programa "notas soltas" na RTP internacional. O comentador residente do programa teve o cuidado de referir que, do ponto de vista da lei, tudo parecia ter sido feito de uma forma rigorosa. Teve também o cuidado de não referir nada sobre a suposta "celeridade" do processo. Aliás, diga-se de passagem, não se compreende muito bem como é que uma entrevistadora informada como Judite de Sousa não puxou este assunto... Houve também o cuidado de não se referir, pelo menos que me lembre, o nome do Primeiro-ministro. É também nestes pequenos esquecimentos que a nossa memória colectiva se forma.

Este episódio lembra muitos outros. Ligados ao PS, ao CDS, ao PSD. Ao poder central, ao poder local... Nestes anos, quase ninguém escapa de sair mal na fotografia. Enfim, lembra como pode ser promíscua a relação entre o mundo do Poder, da Política e o do interesse Privado. O livro algo há muito esgotado de Rui Mateus chamado "Contos Proibidos: Memórias de um PS desconhecido", que gira em volta (mas não só) do caso do Fax de Macau, fala sobre este tipo de convivência. Não sei se tudo o que é escrito nele é verdade, mas pelo menos posso afiançar que é um livro interessante. Infelizmente o livro encontra-se esgotado há muito. Terá sido falta de papel?

1 comentário:

Portaria59 disse...

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