segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Curiosidade mediática

Gráfico, retirado do site com o dicionário de língua portuguesa priberam, sobre as pesquisas das últimas 31 semanas sobre a palavra "minarete".

Pelo menos as notícias sobre a sua proibição na Suiça tiveram a vantagem de enriquecer o vocabulário de alguns.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Aprender com o humor: alguns recursos para economistas e não economistas

Muitos conhecem a expressão dismal science que, na língua inglesa, é usada como sinónimo da disciplina de Economia.

O que talvez nem toda a gente saiba é que mesmo nesta área do saber, apelidada de tristonha, depressiva e lúgubre, existem artigos, alguns deles publicados em reputados jornais da especialidade, que mostram que os economistas, mesmo os muito famosos, não são seres completamente falhos de humor.

Se não acreditam leiam, por exemplo, o The conference Handbook, de G J. Stigler que, em duas páginas e meia do Journal of Political Economy, apresenta uma proposta para catalogar os comentários e as opiniões dos colegas de profissão em conferências e seminários.

Se acham que o artigo de Stigler é uma excepção entre laureados Nobel, então procurem The Theory of Interstelar Trade de Paul Krugman e The Effect of Prayer on God's Attitude Toward Mankind de James J. Heckman.

Mas mais exemplos existem.

Dos clássicos The Economics of Brushing Teeth (1974) e A First Lesson in Econometrics (1970), passando pelo Up or Down? A Male Economist’s Manifesto on the Toilet Seat Etiquette até ao mais contemporâneo e divertido Japan’s Phillips Curve Looks Like Japan, alguma coisa existe por aí que prova que os economistas poderão ser Criaturas que, bem vistas as coisas, conseguem brincar com a sua própria profissão.

Chegados a este ponto o leitor, especialmente aquele com pouca paciência para ler artigos em jornais da especialidade, provavelmente estará a pensar: Obrigado pelas referências que se incluem na categoria de… HUMOR de CROMO!

Pois bem, é uma opinião. Respeitemo-la e tentemos contra-argumentar.

Se só há humor de Cromo, então o que dizer do site da JokEc, parte integrante do seríssimo grupo de recursos para economistas NetEc?

Nela encontramos um acervo de piadas sobre economistas e a sua profissão. Tudo coisa para ser lida e apreendida rapidamente, num piscar de olhos. Anedotas e piadas quanto baste, escritas em poucas palavras, parcas em parágrafos e, por vezes, cheias de humor.

Desenganem-se todos aqueles que, ao ler estas linhas, pensem que não tenho mais nada para dizer. Pois bem, reservei quase para o fim o que penso ser, na minha modesta maneira de ver, ainda mais desconhecido para o comum dos mortais. E o que é?

A profissão de Stand-up Economist.

Há pelo menos um, a julgar pelo site de Yoram Bauman, Ph.d. como gosta de frisar. Local com informação vária, incluindo a referência a uma sua recente publicação chamada The Cartoon Introduction to Economics: Volume 1, Microeconomics.

Vão ao site, caso não acreditem que haja mercado para este tipo de profissão. Há vários videos dele no YouTube, sendo o mais conhecido aquele em que troca por miúdos os 10 princípios da economia enunciados num livro do economista Gregory Mankiw. Vão por mim, vale a pena ver.

Num registo um pouco diferente, e para quem estiver interessado, resta-me também fazer referência ao site dos prémios Ig Nobel. Este galardão, que começou por ser uma grande brincadeira, é presentemente feito de uma forma muito profissional e “séria”, sendo uma das rubricas em disputa aquela que é atribuída à ciência Económica.

Nunca ouviram falar? Bem, é ir ao site e ver, por exemplo, que o prémio de 2008 foi atribuído a três investigadores por terem descoberto, e passo a citar, that professional lap dancers earn higher tips when they are ovulating. O que dizer disto? Bem, talvez nada. É espreitar o site e para quem gosta... investigar.

Resta-me dizer que mais recursos sobre cartoons, anedotas e piadas sobre a economia e economistas podem ser obtidos, por exemplo, aqui.

Divirtam-se. Até porque a rir também se consegue aprender alguma coisa de Economia.

O inenarrável Prof.Mário Nogueira (FENPROF)

A notícia já não faz manchetes. Primeiro porque a ministra mudou, entretanto. Segundo porque há o caso “face oculta” e a gripe A. No entanto, ontem voltámos a ver Mário Nogueira, o presidente da FENPROF e destacado membro da CGTP e do PCP nas televisões a falar sobre a nova proposta de avaliação da nova ministra da educação. Mais uma vez ficou provado que o que a FENPROF (e eventualmente os outros sindicatos do sector) e a grande maioria dos professores pretendem é não haver obstáculos à progressão na carreira. A conversa pode-se resumir no seguinte: propõem-se acabar com a distinção de professores e professores titulares (ministério) e a FENPROF responde que até pode ser um recuo porque passa a haver limitações no acesso a determinados escalões impedindo a livre progressão dos professores.
Fica mais que provado que aquilo que sempre foi pretendido pelos sindicatos foi a livre progressão dos professores, por antiguidade (com ou sem avaliação), tendo todos os professores o direito de chegar ao topo da carreira. Pouco importa se há ou não avaliação, se o modelo é bom ou mau ou, em última instância, quem é o/a ministra, desde que se garanta o topo da carreira para todos os professores. De preferência sem avaliação. Se tiver que ser com avaliação que seja entre pares, tipo familiar, garantindo uma boa nota para todos e nunca, mas nunca com limitações à progressão na carreira.
Tenho para mim, que ainda vamos ter saudades da firmeza da Dra. Maria de Lurdes Rodrigues. Temo que esta classe consiga manter aquilo que nenhuma outra classe (que me lembre) consegue: todos chegam ao topo da carreira.

domingo, 22 de novembro de 2009

Estarão tantos economistas enganados?

É verdade que os dados mais recentes do INE (2º trimestre e estimativa rápida para o 3º trimestre) revelam alguns sinais de melhoria na difícil situação económica do país, confirmando alguns dos indicadores de conjuntura (do próprio INE, da CE e da OCDE). No entanto, não é menos verdade que, de acordo com todas as previsões, Portugal deverá voltar a divergir da média da EU já em 2010. Ou seja, Portugal só consegue convergir em … recessão. Em fases de crescimento Portugal diverge e apenas e só quando se está numa recessão generalizada é que Portugal consegue convergir. Parece-me dramático!
Quando se espera e deseja novo período de crescimento económico (embora não tão vigoroso como o anterior), Portugal vai voltar a perder fôlego e crescer menos que a grande maioria dos seus parceiros europeus. A juntar a isto temos um défice monstruoso e uma dívida pública galopante.
Pergunto-me: será que nomes como Campos e Cunha, Vítor Bento, Daniel Bessa, Augusto Mateus, Medina Carreira, Silva Lopes, entre outros, estarão todos errados e têm apenas uma intenção persecutória contra este governo?Não me parece. Caminhamos para o abismo, mas alegremente. Tudo porque não se deve dar ouvidos ao “bota-abaixismo”, como lhe chama o nosso PM

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Economic Outlook (OCDE)

Com um dia de atraso, cá vai o link onde é possível obter as mais recentes previsões económicas da OCDE. Esta publicação bianual actualiza as previsões que foram feitas no Verão passado.

Para além de Portugal, é possível também aceder a informação para mais países (as previsões vão até 2011). Em relação à última vez que esta instituição fez um exercício semelhante, e em relação a Portugal, há uma revisão em alta para a evolução do PIB nos próximos anos (-2,8% e 0,8% para 2009 e 2010, respectivamente) e para a taxa de desemprego (9,2% e 10,1% em 2009 e 2010, respectivamente).

O espaço denominado “Últimas previsões económicas para Portugal", que pode ser visto na barra lateral direita deste blogue, vai ser actualizada de acordo com esta nova informação.

Para quem estiver interessado em consultar outras previsões basta clicar na palavra “previsões” que se encontra disponível na secção das etiquetas, abaixo do corpo deste post.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Proibição da cobrança de encargos pelo uso de caixas automáticas

Algo que vem colocar uma pedra num assunto que fez correr alguma tinta nos últimos tempos.

Foi hoje aprovado o Decreto-Lei que proíbe a cobrança de encargos, por parte das instituições de crédito, pela utilização dos serviços proporcionados pelas caixas automáticas.

A comunicação do Governo sobre este assunto pode ser vista aqui, no ponto seis.

Em defesa do IP



Há já alguns tempos que o magnífico Inimigo Público conta com uma Web na qual se vão publicando regularmente notícias que “se não aconteceram, podiam ter acontecido”. Só gostaria de chamar a vossa atenção sobre a quantidade de pessoas sem sentido do humor que lêem o IP e debitam a sua bílis contra estas notícias inventadas, mas verosímeis neste país aonde tudo pode acontecer. De facto, há muita gente sem sentido do humor, que não consegue rir de si próprio, ou pelo menos de uma parte de si… Eu até penso que pode haver alguns a achar que são notícias verdadeiras, dados os comentários que são feitos!!! Se não acreditam, visitem o site… Tristeza…

Une autre main de dieu?

Interessante a reacção da imprensa francesa em relação à qualificação dos bleaus para o mundial. A imprensa irlandesa salienta que a mesma mostra muita “simpatia” e compreensão pela situação.

A imprensa irlandesa salienta que a mesma mostra muita “simpatia” pela selecção irlandesa e compreensão pela situação.

Mais um episódio para alimentar o debate sobre a aplicação das novas tecnologias como meios auxiliares de decisão dos árbitros. A resposta da UEFA é a ideia dos cinco árbitros (que tem sido testada na Liga Europa).

Será suficiente para acabarem com este tipo de situações?

PS: publicado também no blogue Bolanaquinta.

Parabéns selecção Portuguesa, parabéns Seleccionador nacional

Não há muitas actividades em que os portugueses se podem orgulhar de estar entre a nata mundial. O futebol sénior de selecções é uma dessas actividades.

Sabemo-lo pelos resultados conseguidos nos últimos 10 anos, período em que Portugal esteve (quase) sempre presente nos palcos das grandes competições internacionais.

Soubemo-lo ontem, uma vez mais, através da brilhante qualificação de Portugal para o Mundial na África do Sul. E digo brilhante pois foi conseguida em condições extremamente difíceis, com muitos pontos perdidos no início da qualificação, para não falar na falta de crença da generalidade dos adeptos (a certa altura eu próprio tive bastantes dúvidas) e da nuvem de críticas que acompanhou tudo e todos da selecção.

Não me lembro de, perante tais adversidades, a Selecção mostrar uma atitude tão focada e ganhadora. Um bom exemplo para todos. Conseguiram-se os pontos, atingiu-se o objectivo proposto e o resto é conversa.

Diverti-me muito com a opinião de alguns comentadores desportivos – os vulgos “especialistas” – que, após a qualificação de Portugal, e perante um registo histórico de críticas ao Seleccionador, à Federação e aos jogadores, tiveram de mudar de tom e meter a viola do “triste fado” no saco.

Obrigado Selecção por mais uma pedrada no charco da crítica fácil, do pessimismo crónico de alguns e de uma certa maledicência atávica.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dados fresquinhos sobre a economia dos EUA

Acabados de sair.

A taxa de inflação nos EUA para o mês de Outubro (variação homóloga) foi de -0,2%. A press release do BLS pode ser vista aqui.

Hoje também saíram dados sobre o comportamento do mercado da habitação nos EUA. A magnitude da queda deste mercado parece ter surpreendido os analistas.

A press release conjunta do US Census Bureau e do US Department of Housing and Hurban development pode ser lida aqui.

Revisão de projecções para a economia portuguesa

Ontem o Banco de Portugal (BP) divulgou o seu Boletim Económico de Outono. A poucos meses do fim do ano, o BP estima que o comportamento da economia portuguesa em termos da evolução do Produto Interno Bruto será menos "negra" do que o previsto este Verão (-2,7% contra -3,5%). Já a evolução da inflação é esperada ser de -0,9% contra os -0,5% estimados no Boletim de Verão.

O texto integral do Boletim do BP pode ser consultado aqui.

O quadro da barra lateral direita deste blog foi actualizada com estes números.

Ontem foi também a altura do INE divulgar a taxa de desemprego para o terceiro trimestre de 2009 em Portugal (9,8%).

Estranho algumas reacções que se ouviram aqui e ali sobre este número, quando já há algum tempo várias organizações internacionais apontavam para taxas de desemprego desta magnitude.

O texto integral do INE pode ser consultado aqui.

domingo, 15 de novembro de 2009

Depeche Mode em Lisboa

Ontem, dia 14 de Novembro, os Depeche Mode regressaram finalmente a Portugal. Neste caso a Lisboa e ao Pavilhão Atlântico. Depois do cancelamento do concerto inserido no Super Bock Super Rock (Porto), temia-se que qualquer enfermidade do seu vocalista (muito dado a impedimentos de última hora) pudesse cancelar também este concerto. Os fãs (a grande maioria claramente acima dos 30 anos, felizmente), pelos vistos, esqueceram a desfeita anterior e encheram por completo o Pavilhão Atlântico. Não tendo sido um mau concerto (longe disso), também não foi o melhor concerto a que já assisti. A voz, inconfundível, de Dave Gahan continua a impor-se, e há um bom sentido de espectáculo ao vivo. Pontos altos do concerto: alguns hits da banda (a question of time; policy of truth; in your room; I feel you, por exemplo); também wrong e a fantástica e irrepreensível interpretação de Martin Gore em três canções, mas com particular destaque para home. Pontos menos bons: a interacção com o público é sempre um must e revela muito da ligação do público à banda, mas desta vez parece-me que se foi longe demais, com Gahan a abdicar de cantar em demasiadas músicas (o exagero total deu-se em enjoy the silence); o som (mais uma vez a acústica do pavilhão Atlântico parece-me que não se adequa a determinado tipo de música), embora aqui sem qualquer responsabilidade dos Depeche; faltou strangelove no alinhamento.
Conclusão: foi um bom concerto, em especial para os fãs mais fervorosos. 1h45 muito bem passadas. No que me toca, entre o Portugal – Bósnia e o concerto dos Depeche Mode fiz a escolha correcta: o concerto.

PS: péssima opção (da organização) a da entrega dos bilhetes comprados pela Internet só poder ser feita 2 horas antes do concerto. Resultado: filas intermináveis para quem já tinha pago e só precisava de levantar os bilhetes (coisa que deveria ser rápido caso se pudesse ter levantado os bilhetes nos dias ou nas horas anteriores)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Conversas de Escritores

Excelente programa este Conversas de Escritores. As entrevistas de José Eduardo dos Santos podem ser vistas aqui através da página da RTPn.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A luz ao fundo do túnel

Sairam hoje as previsões do Outono da Comissão Europeia. A confirmar a ideia - agora a generalizar-se - da "luz ao fundo do túnel": saída gradual da recessão no fim de 2009 e previsão de uma maior retoma em 2010/11.

As previsões por país e o documento integral da DG ECFIN podem ser consultadas aqui.