sábado, 29 de maio de 2010

O conceito de democracia de Louçã

et pour cause, do Bloco. "é uma vingança" contra a democracia, considerando que o ex-ministro e o Presidente estão "do mesmo lado da cultura mais reacionária. Este é um excerto de uma notícia da Lusa, intitulada Presidenciais: Hipótese de candidatura de Bagão Félix é "vingança contra democracia". As palavras, como se constata pelo seu teor, são de um “democrata” exemplar, de seu nome … Francisco Louçã.
O mesmo senhor, que no dia em que se soube o resultado do primeiro referendo sobre o aborto, e na sua primeira reacção, se apressou a exigir um novo referendo.
Quem está connosco (9% dos portugueses que votam) são democratas. Os outros são todos perigosos reaccionários e anti-democratas. Elucidativo da cultura democrática desta gente.

Populismo e falta de decoro

Esta semana, parado num sinal vermelho, chamou-me atenção mais um cartaz do Bloco de Esquerda, naquele estilo wharoliano de cores vivas. Era do género: “O cinto deles nunca aperta”. Entre os gestores “mimados” pelo cartaz estavam alguns gestores públicos mas também gestores privados. Eu pergunto: mas o que é que o Bloco, ou qualquer outro partido ou entidade (para além das finanças e da segurança social, por motivos óbvios) tem a ver com o que ganha Rodrigo Costa, Ricardo Salgado ou Paulo Azevedo?
A não ser que o Bloco de Esquerda tenha resolvido investir na bolsa (que blasfémia) e se tornou accionista da Sonae, BES ou de outras empresas privadas, qual é o interesse público em se saber quanto ganha um cidadão numa empresa privada? O Bloco, para além do populismo, padece de uma inveja crónica do sucesso dos outros e roça a mesquinhez e a falta de educação com essa bisbilhotice populista.
Eu, por mim, e se os accionistas das empresas privadas não se opuserem a pagar salários altos, também não tenho nenhum problema com isso. Não invejo o sucesso dos outros. Não acho que todos devamos ser pobres. Nem tão pouco acho que todos tenhamos de ganhar o mesmo. Mais, quando o dinheiro não é meu, não me preocupo com a utilização que os outros façam do seu dinheiro. A não ser que depois se venham queixar. Mas isso é outra história.
E já agora, será que o cinto dos dirigentes do Bloco também se aperta?

domingo, 23 de maio de 2010

Bravo José Mourinho!

Para mim, é impossível dizer se um treinador é o melhor do mundo ou não. No entanto, em cada época há sempre algum treinador que é o melhor do mundo. E o da época de 2009/2010, é, para mim e sem qualquer sombra de dúvida, José Mourinho (independentemente de quem ganhe o mundial). Goste-se muito, pouco ou nada do seu estilo, Mourinho marca os clubes por onde passa. Esta época houve treinadores com percursos fantásticos: Ancelotti no Chelsea, Van Gaal no Bayern ou Guardiola no Barcelona. Mas Mourinho fez mais que qualquer um deles, tanto em quantidade como em qualidade. Com um plantel relativamente curto em quantidade de jogadores com qualidade, conseguiu um onze com jogadores fantásticos e mais um ou dois suplentes capazes de garantirem alguma ausência.

Neste grupo de jogadores destaco, pelas exibições que vi, Walter Samuel, Javier Zanetti , Sneijder e Milito. Muito bem acompanhados por Júlio César, Maicon, Cambiasso e Etoo. E ainda, Lúcio, Chivu, Pandev e Stankovic.

No percurso da Champions houve três jogos marcantes: o de Stanford Bridge nos oitavos de final; o jogo de Milão com o Barcelona nas meias-finais e a final com o Bayern. Em todos eles o Inter mostrou uma clara superioridade sobre os seus adversários, incluindo sobre a equipa que melhor futebol tem vindo a praticar nos dois últimos anos: o Barcelona de Guardiola.

Além do treinador e dos jogadores, há outra pessoa que merece como ninguém este título: o presidente Massimo Moratti.

A final de Madrid foi exemplar. Tal como já havia sido a da última época, embora por motivos distintos. A do ano passado pelo futebol ofensivo e espectacular do Barcelona. A de ontem pelo exemplar rigor táctica do Inter. Ontem sem nunca descurar uma oportunidade para sair para o contra-ataque.

Por último, uma referência à forma como Van Gaal (conhecido pelo mau feitio) aplaudiu os vencedores e para o fair-play que demonstrou na hora da derrota. Um exemplo.

PARABÉNS MOURINHO!

PARABÉNS MASSIMO MORATTI!

PARABÉNS INTERNAZIONALE!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tabelas de retenção na fonte para 2010

As tabelas de retenção na fonte para o ano de 2010 podem ser obtidas aqui. Foram publicadas no Diário da República com a data de ontem.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Uma grande jogada e um falhanço clamoroso

Esta metáfora futebolística aplica-se, na perfeição, à declaração de ontem do Sr. Presidente da República. Fez uma jogada fabulosa: uma exposição brilhante do contexto e dos argumentos utilizados na discussão sobre o tema em causa; salientou a intolerância de uma minoria que teima, sistematicamente, em apelidar de retrógrados e atrasados os que deles discordam, expôs claramente a sua posição. E depois, com a baliza escancarada falhou o golo, ou seja, não vetou o diploma. Perdeu uma excelente oportunidade de fazer prevalecer os valores de uma grande parte do seu eleitorado. Mesmo que nova votação favorável o obrigasse depois a promulgá-lo. Optou pelo tacticismo, pela solução mais confortável para a sua reeleição. Acabou por fazer uma triste figura. Não ganhou nenhum respeito daqueles que a ele se opõem e perdeu algum daqueles que são a sua base de apoio.

Foi pena.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cambridge Companion to Atheism


Foi com grande curiosidade intelectual que comprei hoje este livro, “Um Mundo sem Deus. Ensaios Sobre o Ateísmo”, a edição portuguesa do “Cambridge Companion to Atheism”. Trata-se de uma edição recente (Abril); o livro está composto por vários ensaios sobre o ateísmo, que cobrem muito diversas temáticas. Neste link à revista de filosofia Crítica pode-se ler um dos capítulos, que versa sobre as teorias antropológicas da religião. Penso que este capítulo foi publicado na rede pelo autor da tradução, Desidério Murcho.

Ainda só folheei o livro, mas há outros capítulos de grande interesse, como por exemplo o que desenha o “retrato psicológico do ateu”. Confesso que tenho certa apreensão sobre a leitura deste último…

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não, porque não acredito em mentirosos...

Não. Não aceito o pedido de esforço feito por um Primeiro-Ministro que vive na mentira. Obviamente, vou ter de pagar pelos desmandos dos últimos governos e que se acentuou com este. Não me peça nada. Sou obrigado. Se fosse voluntário, obviamente que não contribuía com um cêntimo que fosse. Ainda no dia 16 de Abril, dizia José Sócrates, que não haveria aumento de impostos para além dos previstos no PEC: Ainda há duas semanas, as grandes obras públicas iriam todas prosseguir porque essa era a via do desenvolvimento (Sócrates/Mendonça). Também não haveria perda de benefícios sociais, etc, etc. Ah, e havia os “bota-abaixistas” e os “mal-dizentes”, expressões tão caras a Sócrates. Hoje, depois de ter sido fortemente apertado pelos principais líderes europeus, deu uma volta de 180 graus. Aumentou todos os impostos, cortou nos benefícios sociais, adiou obras públicas, etc. Hoje, na comunicação em directo, após o almoço, foi confrangedor ver Sócrates gaguejar e enredar-se nas suas próprias mentiras. José Sócrates é um mentiroso compulsivo. Já tínhamos todos os indícios. Hoje temos apenas a confirmação. Portugal não pode continuar a ser governado por uma personagem que vê o poder como um instrumento de salvação pessoal. Foram alguns os que avisaram que isto era inevitável após o “fartar vilanagem” em que se tem vivido. Os portugueses não se podem queixar. Em Setembro continuaram a acreditar num mentiroso. Sim, mentiroso, com todas as letras.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Terreiro do Paço, 11 de Maio de 2010


E, finalmente, o Papa Bento XVI chegou a Portugal. Como aconteceu com as visitas do seu antecessor, João Paulo II, a visita de Bento XVI a Portugal e, em particular, a sua estada em Lisboa ficará na memória de todos aqueles que a viveram. Tive a sorte de poder estar no Terreiro do Paço. E estar tão próximo do Santo Padre e poder ouvir as suas palavras faz-nos viver a nossa fé de uma forma ainda mais intensa e especial. Longe dos problemas e das polémicas, estávamos ali para ouvir, apenas, as palavras inspiradoras de Bento XVI. E que palavras mais reconfortantes nos poderia dizer o Santo Padre do que as palavras de Jesus no final do evangelho de São Mateus:

“Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”.

Obrigado Santo Padre pela sua visita.

Bem-haja e que nada o detenha no seu/nosso caminho.

BENFICA Campeão


Num ambiente de FESTA, na Luz estiveram mais de 64 mil a puxar pelo BENFICA. Loucura antes, durante e depois do jogo.
A Liga decidiu entregar uma réplica do troféu no jogo final, copiando o que se faz noutros campeonatos. Fantástico o ambiente e mais ainda quando foi entregue o troféu.

A FESTA seguiu pelas ruas de Lisboa e alastrou-se ao resto do país.
Segue-se a visita do Papa e depois o Mundial.
Uns meses de alienação face aos períodos conturbados que se vivem.

domingo, 9 de maio de 2010

Foi por muito pouco

Frederico Gil esteve a um passo de fazer história no ténis português. Após um primerio set ganho com facilidade por Montañes por 6-2, nada fazia prever a reacção de Gil. Conseguindo motivar-se (também com a ajuda do público) esteve quase a perder o segundo set e, por conseguinte, a final e consegiu dar a volta e ganhar o set. Entrou muito bem no 3º set (chegou a servir para 4-0) mas, talvez aguma fadiga e uma excelente resposta de Montañes, permitiu que este último desse a volta ao jogo. Gil ainda reagiu e consegiu o 5-5. No entanto, não chegou. Montañes fechou o set com 7-5 e ganhou, pela 2ª vez consecutiva, o Estoril Open. Fica um excelente jogo de Frederico Gil e uma excelente prestação na edição deste ano do Estoril Open.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mãozinhas

Confesso que fiquei impressionado!

A técnica demonstrada é de fazer inveja ao melhor dos profissionais. O à-vontade com que executou o gesto parece revelar uma vastíssima experiência de tais movimentos. E a forma determinada com que executou a fuga…

Poderia estar a comentar a forma de algumas “velhas” glórias do Sporting CP no jogo de homenagem a Iordanov. Alguns, mesmo com a sua idade actual exibem melhor condições física e sentido posicional que a grande maioria do actual plantel do clube. Mas não.

A minha surpresa decorre do gesto do deputado Ricardo Rodrigues.

Não ponho em dúvida as suas razões. Qualquer um de nós, quando se sente psicologicamente violentado, também desata a “desviar” pertences de outras pessoas (não confundir com furto ou roubo, nada disso). Claro que essa é a resposta natural de quem se sente e é filho de boa gente. É, como dizer … uma questão de honra.

A minha surpresa e, confesso, alguma inveja, deriva da técnica. A forma como se levanta e, sorrateiramente e sem se perceber, passa a mão por cima da mesa, “desvia” os gravadores e o mete no bolso é de deixar corado qualquer carteirista do eléctrico 28 ou de qualquer outro amigo do alheio. Qual Beto Mãozinhas, qual quê…

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Iordanov - A homenagem há muito merecida

Hoje, finalmente, o Sporting Clube de Portugal prestou a homenagem há muito merecida a um grande jogador de futebol e a um grande homem: Iordanov.
Só é pena ter demorado tanto tempo e ter sido preciso o recurso ao tribunal para o Sporting ter de cumprir o acordado. Tenho pena pela atitude do meu clube mas muito mais por Iordanov que teve de esperar todo este tempo. Ele que foi um exemplo de jogador e de capitão no Sporting. Convinha que os jogadores que saem da academia vissem videos para que pudessem ver o empenho e a garra que ele punha em cada jogo, em cada lance.
Por tudo Iordanov, muito e muito obrigado!

Outra notícia da TSF

A avaliar pelo post anterior, a TSF está em grande neste blogue. Mas ao contrário do meu colega de página virtual, não vou falar do assunto "poeta Manuel Alegre". Não. Quero antes falar sobre a notícia da eventual descida do rating da dívida soberana portuguesa.

Desta feita é a Moddys que diz que o rating pode descer daqui a três meses. As justificações? Bem, segundo a notícia da TSF, que pode ser lida aqui, é devido à "recente deterioração das finanças públicas portuguesas" e, last but not the least, por causa "do desafio a longo prazo que a economia nacional enfrenta".

Nada mais óbvio e objectivo, diria eu!

Sim, porque como todos nós sabemos, ontem as finanças públicas estavam assim-assim e agora, -se lá saber porquê, estão mais deterioradas! E também como todos os mortais sabem, o desafio a longo prazo de Portugal, que a Moddy sabe muito bem qual é (mas eu não, infelizmente), foi descoberto mesmo agora.

Estas justificações são um verdadeiro espectáculo. E já agora, por que não usar o rating do futebol português nestas apreciações? É um critério tão válido como o desafio a longo prazo que a economia portuguesa enfrenta. Ou não?

terça-feira, 4 de maio de 2010

Tudo e o seu contrário

Hoje, ao fazer o trajecto trabalho/casa, liguei, como de costume, a TSF. Esta estação estava a transmitir, suponho que em directo, o discurso de lançamento (finalmente decidiu-se) do poeta Manuel Alegre. A colocação de voz era excelente, como sempre. O conteúdo era de gargalhada. Manuel Alegre consegue dizer tudo e o seu contrário. Consegue defender tudo e prometer fazer o seu oposto. Tanta incongruência não é costume num discurso preparado. Mas em Manuel Alegre é possível. A ânsia de agradar à esquerda e à extrema-esquerda dá nisto. É impossível levá-lo a sério. Critica o Presidente da República, Cavaco Silva por expressar as suas ideias. Mas apresenta um verdadeiro programa de governo (desconexo, mas um programa). Exemplo: as obras públicas. Critica o PR por levantar dúvidas sobre o momento do seu lançamento mas diz que ele é a favor e aprova o investimento público. Critica a "cooperação estratégica" mas ele não se calará nem se coibirá de dizer o que pensa. Quer estar próximo do Governo, mas também do Bloco de Esquerdo, não vá ser este o único partido a apoiá-lo. Tudo junto dá um enorme vazio. Quem o ouve no início pensa que defende uma coisa. Quem o ouve no fim conclui o contrário. E quem ouve o discurso todo não consegue perceber nada. Eu, por mim, dispenso-o como meu aliado. Não o quero como companheiro de viagem. E seria desastroso tê-lo como Presidente da República.