terça-feira, 25 de novembro de 2008

Medidas económicas no Reino Unido

Como se pode ler aqui ou , o Governo britânico apresentou um pacote de medidas para estimular a economia interna.

De entre as várias decisões, destaca-se a redução da taxa do IVA (ou VAT lá) de 17,5% para 15%, durante 13 meses. Para colmatar esta perda de receita, serão aumentados os impostos para rendimentos mais elevados, embora na fonte britânica se refira que será à custa de taxas sobre os combustíveis, álcool e tabaco.

Seja como for, parece ser uma medida com impacto directo nos preços, pois ao contrário do sucedido em Portugal, uma redução de 2,5 pontos percentuais é mais difícil de dissimular.

Por cá ainda não há sinais de medidas mais ousadas.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Coitadinhos dos professores!

Mais uma vez me vejo obrigado a concordar com o Governo (e custa-me muito) em mais um dos casos deste Outono: o litígio/guerra entre Governo/Ministério da Educação e sindicatos/professores (SP). A Manuela Ferreira Leite fugiu-lhe a boca para a verdade ao dizer que seria muito mais fácil fazer reformas suspendendo temporariamente a democracia e fazendo ajustamentos com o restabelecimento da mesma (naquilo que alguns abusivamente entenderam como défice democrático da líder do PSD). A questão é a seguinte: não há reformas, mais ou menos profundas, que não gerem resistências dos interesses instalados. Veja-se as forças armadas (a vergonha que foi aquela ameaça de “oficiais mais jovens e temerários” sabe Deus o quê), os magistrados (veja-se como está a justiça; basta ver quem fica em prisão preventiva e quem aguarda em liberdade), os médicos e enfermeiros (desde que Correia de Campos saiu deixou de haver nascimentos em ambulâncias, protestos, etc.), os professores, etc.
Aos professores já vimos protestar contra a redução das escandalosas férias de que beneficiavam, os exames nacionais (obriga-os a trabalhar mais dois ou três dias pagos para os corrigir), as aulas de substituição (um ultraje ter de substituir os colegas, durante as suas horas de trabalho), a carreira docente (todos os professores deveriam chegar ao topo da carreira apenas devido à antiguidade), a avaliação (não contra o método mas contra o princípio), etc. Qualquer mínimo detalhe é aproveitado por essa classe para protestar.
Na preparação para a última manifestação (a dos 120 mil de manifestantes – resta saber quantos professores) mudaram de agulha e bem. Agora querem apenas fazer aquilo que (alguns, digo eu) sabem e querem fazer: ensinar. Já não protestam contra exames, aulas de substituição nem contra o princípio da avaliação, diz o SP. Talvez ganhem alguma opinião pública com este apego e devoção ao ensino. Mas a realidade logo é reposta com os discursos (chego a ter pena de muitos alunos só de pensar que podem ter alguns professores como aqueles que aparecem a dar opiniões): a questão é não quererem ser avaliados. Seja interna ou externamente, seja anual ou plurianual. Não querem ser avaliados porque não querem aceitar que a progressão na carreira também tenha em conta a sua avaliação. Esta é a questão de fundo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A solução para o Estado da Nação

Ontem, a líder do PSD proferiu umas frases cujo alcance foi, decerto, superior ao esperado. Considerando que não é possível efectuar reformas em sectores como a Justiça, Manuela Ferreira leite disse: "Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se." acrescentando "E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia.".

Com ironia ou sem ela, a verdade é que o disse. Num país que está em crise social, económica e até moral, estas palavras provocaram um rol de reacções, a grande maioria contra este pensamento. Mesmo dentro do próprio partido, algumas vozes manifestaram incredulidade (ver aqui.)

Na voz do povo, muitas vezes se ouviu dizer que o que endireitava o pais era voltar ao tempo do Salazar. Parece que Manuela Ferreira Leite apenas disse isto. Agora, é também verdade que num regime democrático, as opiniões podem ser manifestadas por quem quiser, sejam elas quais forem. No entanto, se considerarmos a posição ocupada por quem falou, considero que não o deveria ter dito. Ou então ter sido mais evidente na ironia, deixando claro que era disto que se tratava.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Child drowning prevention

Pode ser visto aqui um texto do jornal Público sobre uma técnica americana de prevenção a afogamentos de crianças cujo site, com o mesmo nome do título deste post, anda a circular pela Internet.

A lembrarmo-nos de que devemos sempre procurar saber mais antes de “consumirmos” sem qualquer espírito crítico tudo o que nos vem parar à nossa caixa de correio.

Orçamento da cidade de Lisboa

Já vem um bocado tarde, mas aqui vai o site do orçamento participativo que a Câmara Municipal de Lisboa está a promover através da Internet. A ideia é engraçada. Atenção, caso pretendam votar nas propostas colocadas pelos cibernautas, só o podem fazer até amanhã (têm de se registar primeiro).

De consciência tranquila


Na última sexta-feira vimos Fátima Felgueiras em exclusivo directo da RTP afirmar ter razão apesar de ter sido condenada em tribunal (será este mais um exemplo de "serviço público"?).

Na terça-feira vimos Vitor Constâncio dizer que tem "a consciência tranquila" sobre o caso BPN. Curiosamente, ontem foi a vez de Bruno Paixão vir dizer que "tem a consciência tranquila" sobre a arbitragem do último Sporting - Porto. Ainda sobre este jogo, ontem soubemos que o observador de Paixão deu nota positiva ao seu desempenho e que, após ter visto os lances na televisão, mudou de opinião. Apesar disto, disse estar de "consciência tranquila".

Ontem o primeiro-ministro deu mais uma lição sobre a equação que diz "ético" é igual a "não ir contra a lei" (toda a que está escrita e a que, naturalmlente, está omissa), dando-nos a entender que não temos nada que ver com as relações de amizade entre o Ministro da Economia e o actual Presidente da Autoridade da Concorrência.

Enfim, é tudo normal, está tudo tranquilo, está tudo manso... O pior é que acho que têm razão para estar de consciência tranquila. A história prova que conhecem bem o seu povo. A única diferença é, acho eu, a massificação destes episódios através da comunicação social. Os jornais, os Blogs, a televisão prestam mais atenção a estas coisas e os seus protagonistas usam-nos mais em seu benefício próprio (às vezes de forma completamente despudorada). De resto nada de novo, tudo calmo, tudo brando.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A Universidade de Obama...


Mais uma prova da qualidade mental dos argumentos utilizados pelo ministro da Economia. Hoje, ao ser confrontado com as perguntas dos jornalistas sobre o facto de Manuel Sebastião, actual presidente da Autoridade da Concorrência (nomeado por Pinho), ter sido seu procurador na aquisição de um imóvel ao BES, Manuel Pinho enalteceu o facto de este último ter sido doutorado pela mesma universidade que Obama. (ver notícia aqui) Melhor argumentação só talvez mesmo dizer que o próprio Obama obteve o "canudo" a copiar pelo tuga...

O que dizer disto? Que esta é uma história de Manéis!

O último Sporting – Porto

As declarações de Paulo Bento após o jogo Sporting - Porto têm sido, como não podia deixar de ser, adjectivadas de muitas maneiras. Como excessivas e “incendiárias”, pelos responsáveis da arbitragem, como correctas e verdadeiras, pelos adeptos leoninos.

Para mim, nem foram uma coisa nem outra. Ao falar em “incompetência”, Paulo Bento tocou num ponto que, a meu ver, levanta questões que são mais importantes do que a justeza ou a extemporaneidade das suas declarações.

Mas afinal de contas, são estes os melhores árbitros e fiscais de linha que temos? E como é que estes supostos exemplos de excelência chegam à posição de poder arbitrar um jogo desta natureza? E o que é que fazem para se tornar melhores? Enfim, com que esquemas de incentivo têm de viver para subir na carreira? Premeiam elas o mérito, a competência? Após ter visto o jogo de domingo, suspeito que não.
Ah, e atrevo-me a dizer que a grande resultado do jogo foi o de ter aliviado um pouco a pressão e mal-estar que existem lá para os lados do Dragão e de Alvalade. Jesualdo apareceu, uma vez mais, vitorioso, e Bento clamou injustiça no marcador. Melhor? Só se os dois ganhassem!

Em tempos de crise

Vi isto num outro blog e não resisti a copiar para aqui. Faz todo o sentido, na sequência dos posts anteriores. A frase seguinte tem vindo a ser passada por mail:

"Dada a crise internacional que neste momento assola os bancos, se um dos meus cheques for devolvido por 'falta de provisão', como é que eu poderei saber se a insuficiência é minha ou vossa?"

É brilhante esta lucidez e sentido de prevenção.

O caso BPN (II) – Governador do BdP na AR

O Sr. Governador do Banco de Portugal ainda não percebeu que o problema dele como regulador do mercado financeiro não é apenas o caso BPN mas um conjunto de factos ocorridos e que o Banco de Portugal (BdP) se mostrou incapaz de detectar e lidar com elas. Diz o Sr. Governador "Nada me pesa na consciência em termos de ter cometido qualquer acto para ter contribuído para esta situação". Qual é o ponto que ele ainda não percebeu: que o problema é, de facto, ele não ter feito nada que contribuísse para que a situação chegasse onde chegou ou o facto de não ser apenas este caso que contribui para as dúvidas sobre a sua competência e do BdP como regulador?
De seguida, e numa atitude clara de apego ao lugar, comunica obviamente que nem lhe passa pela cabeça demitir-se. Claro! A mim, ganhando principescamente o que ele ganha e fazendo o que ele faz, também não me passaria pela cabeça demitir-me. Se quiserem que o demitam, sempre deve dar direito a indemnização, reforma, etc.
Também deixou algumas propostas para o futuro da regulação: "A moldura penal deve ser um pouco alterada para poder ser mais ágil, para punir e prender prevaricadores neste domínio", disse, acrescentando que outra das alterações devia passar pela "criminalização de algumas situações que neste momento são objecto de contra-ordenação, como a prestação de informações falsas". A questão que eu ponho é a seguinte. Se o BdP não consegue sequer identificar as situações de prevaricação, para que servirá legislação que as puna criminalmente?
De tudo isto salvou-se uma outra sugestão, a de colocar “equipas permanentes” de supervisão nos “maiores bancos”. Passamos do Estado regulador para o Estado controlador mas tudo bem. Aparentemente no BdP acredita-se que tudo está no melhor dos mundos. Deve ser uma questão de fé!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O caso BPN

Mais uma trapalhada envolvendo o Banco de Portugal (BdP). Depois do caso Millenium/BCP e da operação furacão, eis que o sistema financeiro e o seu regulador se vêm envolvidos em mais uma grande confusão. O caso Millenium/BCP mostrou à saciedade que o actual BdP não se adaptou convenientemente às suas funções de regulador. Mas estranhamente, nunca mais se ouviu falar do caso. Como se encontra o caso Millenium/BCP? A operação furacão ameaça tornar-se em mais um caso desperdício de fundos numa investigação que, como todos os caso mais recentes, acabará com incidentes processuais e sem provas claras para condenar o que quer que seja. E o BPN?
Depois de se ouvir, o ministro das finanças, o governador do BdP, o presidente do BPN, alguns dos seus accionistas e alguns comentadores de economia de jornais e televisões chega-se facilmente que alguém (ou muitos “alguéns”) mente. O governador do BdP diz que não teve conhecimento, até Julho deste ano, das operações ilegais realizadas pelo BPN. Camilo Lourenço mostra numa televisão a capa de uma revista (salvo erro, da Exame) da qual era director e onde desvendava os negócios obscuros do BPN (isto no ano de 2005, salvo erro). Por esse motivo foi condenada a pagar uma indemnização. Ricardo Costa e o editor de política da SIC garantem que “toda a gente” sabia dos negócios do BPN há muito tempo e que, pelos vistos, só o BdP não os conhecia. Os accionistas dizem desconhecer esses negócios até ao momento em que o actual, ex ou futuro ex presidente do BPN (Miguel Cadilhe) lhes mostrou o processo em Julho. Confuso? Não, uma trapalhada bem à portuguesa. E, ou muito me engano ou o seu final também vai ser bem à portuguesa: infindáveis investigações que darão em nada até que o processo será esquecido de vez. Claro que também não se aprenderá nada para o futuro.
Para terminar apenas uma palavra para Ricardo Costa, ultimamente a disparar em todas as frentes. Sabia de tudo como “toda a gente” e o que fez? Pelos vistos nada. Isto deve ser o futebol a fazer doutrina. Lembram-se do Octávio Machado e a sua célebre frase “Vocês sabem do que eu estou a falar”. Parece que, também no mundo financeiro, toda a gente sabe tudo mas ninguém diz nada. Eu, continuo sem saber o que se passou e percebo ainda menos como se continua a falar em código como se toda a gente tivesse acesso à informação que, pelos vistos, alguns jornalistas têm e não a divulgam. Resta saber porque razão?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A palmada e os maus tratos

Não sei a que propósito nem com que propósito, mas ontem, domingo, a RTP 1 nos seus noticiários da tarde e da noite insistiu na mesma reportagem: uma palmada aos petizes (filhos, netos, sobrinhos ou outros) pode dar, no mínimo, 1 ano de cadeia. Mais, estamos na vanguarda deste tipo de legislação. Acompanham-nos outros 22 países em todo o mundo.
Recordaram-nos as aberrações que justificaram tal lei: uma palmada é considerado mau trato, os petizes ficam traumatizados e ficarão afectados para toda a vida, os petizes que são mal tratados (sim porque para os especialistas ouvidos, psicólogos, pedopsiquiatras e juristas, uma palmada dada esporadicamente é equivalente a um mau trato) vão crescer num ambiente de violência e seguramente irão eles também ser violentos e promoverão também a violência. Enfim, os pais devem apenas alertar os petizes para os seus actos e as suas consequências. Claro que nem por um minuto passa pela cabeça desta gente que crianças com 2, 3, 4 ou 5 anos não tenham o grau de compreensão e de apreensão de determinados conceitos como uma criança de 8 ou 9 anos ou de adolescente de 13 ou 14.
Assim, se já se assiste à desresponsabilização da educação dos pais em favor das escolas, dos ATL e da sociedade em geral, agora promove-se também o desincentivo dos pais em incutir valores como o da autoridade e da responsabilidade.
Quantos de nós não levou uma palmada dos nossos pais ou avós?
E quantos de nós tem problemas psicológicos e traumáticos por causa disso? Quantos de nós nos tornámos adolescentes e adultos violentos?
Mas cada vez há mais casos de violência entre jovens, entre jovens e adultos (pais, professores, etc.) e de completo desrespeito das mais elementares regras de civismo por parte de miúdos e de adolescentes. Porquê?
Porque, coitadinhos, em pequeninos não se lhes podia repreender, contrariar ou dar uma palmada, etc. Quando uma palmada é comparada a maus tratos está tudo dito.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Magalhães, Magallanes e outras pequenas estórias


  • É certo que já se passou algum tempo, mas é difícil não resistir falar da promoção do computador Magalhães feita pelo Primeiro-Ministro José Sócrates na Cimeira Ibero-Americana da semana passada. Confesso que o que mais me deixou espantado foi vê-lo fazer promoção de um produto comercializado por uma empresa privada. Desconheço se o Presidente Lula da Silva fez publicidade de um novo jacto da Embraer, ou se Zapatero falou nas virtudes inequívocas do tecido das peças da Zara, mas em todo o caso achei aquilo um bocado descontextualizado. Será caso para dizer “Negócios privados, públicas virtudes”? Acho no mínimo dúbio.


  • Uma das coisas boas do Orçamento de Estado foi, na minha modesta opinião, o de finalmente ter aparecido a Oposição a fazer o que realmente lhe compete, isto é, apresentar ideias alternativas. Andava ela adormecida e eis se não que a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, começa a apresentar ideias e interpretações diferentes das que o Governo fazia do Orçamento de Estado. Que mais investimento público não é sinónimo de crescimento e desenvolvimento económico, que as prioridades são o incentivo à iniciativa privadas, etc, etc, etc. Até aqui tudo bem. Só não entendo é como uma mulher com tanta experiência política cometeu a grafe de dizer que mais obras públicas iriam reduzir o emprego de Cabo Verde e da Ucrânia… Então os imigrantes que trabalham no nosso país não são eles residentes no nosso país? Não pagam eles também impostos? E não haverá portugueses a trabalhar na construção civil?

  • Matthias Sindelar é provavelmente um nome desconhecido para a grande maioria das pessoas. Não é de espantar. Pertenceu à selecção austríaca que, nos anos 20 e 30 do século passado, era considerada como uma das melhores do mundo. Antes da anexação formal da Àustria pela Alemanha Nazi, houve um jogo amistoso entre as duas selecções. O empate final estava pré-determinado mas, a 20 minutos do fim, Sindelar e um colega resolveram marcar dois golos que deixaram os representantes Nazis furiosos. (Conta-se até que Sindelar celebrou de uma forma extravagante o seu golo em frente à tribuna de honra...) Até ao ano em que morreu de uma forma algo enigmática (1939), Sindelar sempre se recusou a jogar pela selecção alemã alegando lesões ou a idade como desculpa. Lembrei-me desta história por causa do que o ex-embaixador João Hall Themido escreveu nas suas memórias sobre Aristides de Sousa Mendes. Diz o ex-embaixador que Aristides de Sousa Mendes foi uma mistificação criada pelos Judeus e acusa-o de actuação irregular ao longo da sua carreira diplomática. É bem provável que Mendes tenha sido isso tudo. Mas não pertencerão Sindelar e Mendes àquela rara categoria de pessoas que, em situações moralmente difíceis, acaba por agir não de acordo com o “politicamente correcto” mas com base nos seus próprios valores? Não serão estes que, no fim de tudo, farão a diferença? Penso que sim.

  • Para mim, um Outono sem castanhas assadas é quase como ter Verão sem sol e calor. Adoro castanhas assadas. Para mim, as melhores são as que são vendidas na intersecção da praça de Londres com a rua de Paris. Honestamente. O homem que as vende já o faz desde a década de 50 e nunca me lembro de ter apanhado a famosa “castanha estragada” do lote. Mesmo que o lote seja apenas de meia-dúzia! Se por acaso passarem por lá, experimentem e vejam se não tenho razão.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Parkour

É impressionante a forma com que os obstáculos são ultrapassados neste vídeo. Segundo me disseram, é de um praticante de Parkour, uma actividade física com uma filosofia mais próxima da auto-defesa do que de um qualquer desporto tradicional.

Para mim, que investiguei um bocado o tema, Parkour e Free Running são quase a mesma coisa, mas confesso que não sou especialista para diferenciar uma coisa da outra. Desconheço a adesão desta actividade em Portugal, mas de qualquer forma confirmo já ter visto uns jovens a fazer uns malabarismos destes no local onde costumo fazer a minha corrida dominical.

(vídeo enviado por e-mail)

Na sequência do “Copia quem copia”

Confesso que no início pensava apenas fazer um breve comentário ao post do Dekuip sobre o “Caia quem caia”. Mas depois pensei melhor e achei que poderia aproveitar e prestar a minha homenagem àquele que foi o primeiro apresentador do programa “CAiga quién caiga” em Espanha: El Grand Wyoming
Em referência ao Posto de Dekuip intitulado “Copia quem copia” confirmo que se trata de um formato originário da Argentina. No entanto, e confirmando as suspeitas do Dekuip, também é verdade que se tornou popular em Espanha em 1996 (sim, este formato já tem 12 anos). Na primeira época de emissão o seu sucesso ficou a dever-se em muito a um médico que se tornou num comunicador e num humorista verdadeiramente excepcional (cínico, irónico, apaixonado, prepotente, mas acima de tudo fabuloso e hilariante). Chama-se José Miguel Monzón, mas é conhecido no meio televisivo por El Gran Wyoming. Durante os meses que passei em Espanha, neste último ano, Wyoming foi responsável pelos maiores e melhores momentos de humor da televisão espanhola (Buenafuente também não esteve mal). Na cadeia La Sexta, é o apresentador de “Intermedio”, o programa diário de humor (corrosivo) que foi notícia em Portugal por alturas do Euro 2008 quando declarou que iria apoiar a selecção portuguesa pois a espanhola nunca passava dos quartos de final (quando lá chegava). Foram memoráveis os sketches e as piadas feitas e ditas nessa altura, assim como fantástica era a sua equipa (Thais Villa, Beatriz Montañez, Soon You, Cristina Peña, etc.).
Fazia questão de assistir ao “Intermedio” diária e religiosamente. Sem prepotência, sem arrogância, sem ter a pretensão de querer educar ou influenciar o telespectador, o objectivo é apenas analisar o que se passava durante o dia e apresentá-lo de uma forma irónica e corrosiva e que divertisse quem assiste ao programa.
E nisso Wyoming é um mestre!
Assim, aproveitando a (boa) deixa do Dekuip, aproveito para aconselhar uma visita ao site da La Sexta e entrar na área dedicada ao Intermédio e ver alguns dos momentos mais hilariantes do programa.
Ao terminar, uma última frase para o grande responsável deste post:
Wyoming és o maior! Buenafuente é bom mas tu és o melhor!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

CTT e combate à pobreza e exclusão social


(informação enviada por e-mail)

A partir de 1 de Dezembro, os CTT vão disponibilizar a rede das suas agências espalhadas pelo país para facilitar a entrega de donativos a instituições de solidariedade social. Os donativos são enviados gratuitamente. Basta para tal deslocarmo-nos a uma estação dos correios. Mais informações podem ser obtidas aqui e aqui.

Fotografia em profundidade

Para quem gosta do tema, talvez seja interessante ver esta fotografia com vista panorâmica 360ºx180º. Para "ver em redor" basta utilizar rato, arrastando-o para a zona que pretendemos observar.

Não sei como o fotógrafo finlandês a fez, mas está muito gira. Já agora, o site do fotógrafo desportivo pode ser visto aqui.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Aljubarrota


Ainda bem que existem projectos que, fazendo uso das novas tecnologias da informação, preservam a memória colectiva de um povo.

É o caso do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, recentemente aberto ao público. Vale a pena visitar o site aqui. O trailer da batalha de Aljubarrota é muito bom. Há também informações sobre outras batalhas como a dos Atoleiros ou a de Trancoso.

Em poucos minutos ficamos a saber mais sobre por que razão é que um país como Portugal, sem grandes barreiras naturais, se afirmou como país autónomo e independente na Península Ibérica. Quem sabe se não está aqui um pouco da fórmula para nos afirmarmos no mundo de hoje?

Algumas razões para um Europeu preferir Obama


Não sendo um grande especialista na matéria, aqui vão algumas razões que me levam a preferir Barack Hussein Obama.

1º porque estamos fartos de ver a nossa vida afectada por Presidentes escolhidos por pessoas que acham que o nome Hussein é sinónimo de ligações terroristas

2º porque podendo até não ser assim tão diferentes, Obama não estará, caso seja eleito, vulnerável à vontade dos sectores ultra-conservadores do Partido Republicano

3º porque o que acontece nos EUA serve de indicação para o mundo inteiro e já era altura de, nos tempos que correm, aparecer um candidato vencedor que escolha a pobreza como um dos temas para a sua campanha

4º porque a eleição de um negro poderia ajudar a “despertar”, noutras partes do mundo, minorias e franjas da sociedade que tradicionalmente não participam na vida política de um país.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A histeria na televisão portuguesa

Admito que posso estar a ser injusto. Admito que a histeria seja colectiva e extensiva à maioria das televisões europeias. Mas parece-me que em Portugal os nossos três canais se estão claramente a exceder. Mas o caso mais escandaloso é o da RTP. Porquê?
Bem, acima de tudo porque a SIC e a TVI são canais privados, logo o dinheiro desbaratado não vem directamente do bolso dos contribuintes. Se os seus accionistas concordam com os critérios utilizados quem sou eu para lhes dizer como gastar o dinheiro. Já com a RTP o caso é diferente. Escuso-me de reiterar todos os argumentos já estafados sobre a forma como a RTP esbanja o erário público, centremo-nos nos factos.
A RTP tem um excelente jornalista como correspondente em Washington que é Vitor Gonçalves. É sóbrio e faz o seu trabalho sem sensacionalismos nem exuberâncias. Para o acompanhar a RTP resolveu enviar mais três enviados espaciais, dois para os EUA (Márcia Santos e Judite de Sousa) e um, pasme-se, para o Quénia. Sim, escrevi bem, para o Quénia. Começando por este, a RTP considerou importante enviar um jornalista para a aldeia onde vive a avó paterna do candidato Barak Obama. Têm sido reportagens muito interessantes: entre outras pérolas, ficámos a saber que toda a gente no Quénia espera, reza e faz bruxarias para que Obama ganhe; também ficámos a saber que um negócio em franca expansão é o da estampagem de t-shirts com a cara de Obama; por sua vez a avó do candidato só falará depois das eleições. Eu pergunto: o que passou pela cabeça das gentes da Av. Gomes da Costa para enviar um jornalista para o Quénia para cobrir as eleições americanas. Pela mesma lógica deveriam ter enviados jornalista para: 1) Hawai: onde vive a avó materna, ainda por cima doente e ond e Obama viveu; 2) Indonésia de onde era o padrasto e onde Obama também viveu; 3) Vietname, onde McCain foi feito prisioneiro durante 5 anos; 4) Todos os sítios por onde McCain e Obama tenham passado. Estou certo que haveriam estagiários dispostos a tão árduos trabalhos. Passemos para Márcia Santos. Foi com mais de um semana de antecedência para os EUA. Para o Arizona, onde McCain foi eleito senador? Para a Chicago de Obama? Não, nada disso. Para Las Vegas. Sim, Las Vegas. Estive no Nevada no ano passado e, apesar de ser um Estado não definido em termos eleitorais, não creio que mereça destaque durante 1 semana. Ora era o desemprego em Las Vegas, ora era a crise imobiliária em Las Vegas, ora eram os casinos em Las Vegas, ora era o apoio dos Navajos do Rio Grande a Obama. Faltou uma grande reportagem sobre a Hoover Dam e sobre o sítio onde se despenhou o avião de Steve Fosset. Continuação de boas férias, Márcia.
Fiquei com pena de Judite de Sousa. Só chegou na 5ª ou na 6ª feira mas foi notícia de abertura do Telejornal (TJ). Sim, J.R. Santos não se esqueceu de abrir o TJ com a grande notícia: a RTP já tinha a sua equipa de enviados às eleições americanas completa. Fico à espera das reportagens de Judite de Sousa a partir, por exemplo das Cataratas do Nyagara.
BRAVO RTP. Ah, peço desculpa mas vou para casa. Estou ansioso por ver a reportagem enviada pelo enviado especial ao Quénia.

Rankings de escolas

Apesar de achar que os Rankings de escolas secundárias promovidos por jornais serem melhor do que não termos nada, aqui vai o endereço de um post que vale a pena ler sobre este assunto.

Diz-me o que lês…


…e dir-te-ei quem és. Não sendo especialmente um crente deste conhecido adágio, pus-me um dia destes a pensar nos livros que li nos últimos dois meses. Foram eles “As benevolentes”, de Jonathan Littell, “O um dividiu-se em dois”, de José Pacheco Pereira, “A matemática das coisas”, de Nuno Crato e, last but not least, “Ir prò maneta”, de Vasco Pulido Valente.

São livros completamente diferentes. O primeiro, vencedor do prémio literário francês Goncourt de 2006, é uma ficção assente nas memórias de um ex-oficial de carreira nazi chamado Maximilien Aue. Fez-me lembrar um outro livro, este sobre um acontecimento bem real, chamado “Eichmann em Jerusalém: uma reportagem sobre a banalidade do mal” de Hannah Arendt.

O livro de Pacheco Pereira ajudou-me, entre outras coisas, a perceber melhor o significado e a importância históricas das expressões “Marxista-leninista” e “Revisionismo”.

O “A matemática das coisas” é um livro leve que me fez essencialmente ver o quão presente está a matemática na nossa vida diária.

O último livro, fala da invasão de Junot de 1808 e da resistência popular (e de guerrilha) que existiu nessa altura contra os invasores franceses e o poder estabelecido do Antigo Regime.

Estou convencido que, por si só, a enumeração destes livros não diga lá grande coisa sobre o que sou (ou sobre qualquer outra pessoa que os tenha lido). Isto porque, na minha opinião, os livros são apenas materiais de construção. São blocos de cimento, tijolos de conhecimento. O cimento que os une é, no entanto, a forma como relacionamos a informação que encontramos, os livros que lemos.
É este “cimento”, que varia de pessoa para pessoa, que revela mais o que um indivíduo é do que propriamente o que ele lê…

Copia quem copia

(imagem retirada da Wikipedia)

Na passada semana vi a estreia do programa humorístico “Caia quem caia” na TVI. Foi por pura coincidência pois não fazia a menor ideia de que programas deste tipo, irreverentes e com um tipo de humor mais refinado, eram apostas da TVI. Parabéns.

No entanto, o programa deixou-me a sensação de dejá vu. É que tinha a clara sensação de que já o ter visto em Espanha há alguns anos atrás. E estava certo. O programa, originário da Argentina, chama-se no original “Caiga quien Caiga”, foi exportado para inúmeros países (Brasil inclusive) e está até na Wikipedia.

É nestas alturas que valorizo programas como o que é apresentado pela Catarina Furtado aos fins-de-semana. É que apesar de não gostar dele, parece que o “A minha geração” é uma ideia original.