quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Navegar à vista, contra a corrente ou simplesmente o regresso da coordenação estratégia?

Aqui e ali ouvem-se ecos de mais proteccionismo. Paul Krugman, o mais recente Nobel economia e talvez o economista mais conhecido da blogosfera, refere aqui que, na actual situação económica (que para ele é tipicamente Keynesiana), existem argumentos económicos válidos para adoptar políticas proteccionistas.

Entretanto, a vida corre em Portugal. Na segunda-feira, Cavaco Silva referiu que a “solução para a crise está nas exportações” e, ontem, José Sócrates rejeitou e alertou para os perigos do proteccionismo.

Confusos? Eu estou. Para mim estas notícias são mais uns daqueles sintomas do que comummente se tem vindo a apelidar de “navegação à vista”.

Pelo menos espero que as declarações do Presidente da República e do Primeiro-ministro sejam fruto de uma concertação de posições sobre política económica. Em tempos difíceis, esta concertação é mais necessária do que nunca. Mas reconheço que esta será, porventura, é uma visão talvez um pouco ingénua.
Isto porque a mensagem do Presidente da República pode ser também ser interpretada como uma crítica implícita à política económica do actual governo bem como à resposta à crise que passam não pelo estímulo às empresas mas por mais despesa e obras públicas.

1 comentário:

GreenFlag disse...

Penso que o "conselho" de Cavaco Silva é, de facto, uma crítica à política do betão que José Sócrates tem para oferecer neste momento. Até porque, mesmo sem proteccionismo, penso que será muito difícil e improvável um aumento das exportações num contexto de recessão quase generalizada (pelo menos nos nossos melhores parceiros comerciais). Assim ,para além da crítica, a sugestão parece-me boa mas de muito difícil execução no curto ou médio prazo.