Ontem, a líder do PSD proferiu umas frases cujo alcance foi, decerto, superior ao esperado. Considerando que não é possível efectuar reformas em sectores como a Justiça, Manuela Ferreira leite disse: "Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se." acrescentando "E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia.".
Com ironia ou sem ela, a verdade é que o disse. Num país que está em crise social, económica e até moral, estas palavras provocaram um rol de reacções, a grande maioria contra este pensamento. Mesmo dentro do próprio partido, algumas vozes manifestaram incredulidade (ver aqui.)
Na voz do povo, muitas vezes se ouviu dizer que o que endireitava o pais era voltar ao tempo do Salazar. Parece que Manuela Ferreira Leite apenas disse isto. Agora, é também verdade que num regime democrático, as opiniões podem ser manifestadas por quem quiser, sejam elas quais forem. No entanto, se considerarmos a posição ocupada por quem falou, considero que não o deveria ter dito. Ou então ter sido mais evidente na ironia, deixando claro que era disto que se tratava.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
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1 comentário:
As palavras são claras, de facto. Mas, descontextualizadas podem parecer outra coisa. Se a lider do PSD criticava a forma pouco democrática como o Governo está a implementar a reforma da educação e como pretendeu implementar a da justiça, não se pode vir dizer que as palavras não foram proferidas em tom irónico. Mais despropositadas foram as reacções de Alberto Martins a insinuar o défice democrático da senhora. Agora, é indesmentível que, para a maioria das reformas os sindicatos são um empecilho muito grande, pois defendem apenas interesses corporativos.
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