Mais uma vez me vejo obrigado a concordar com o Governo (e custa-me muito) em mais um dos casos deste Outono: o litígio/guerra entre Governo/Ministério da Educação e sindicatos/professores (SP). A Manuela Ferreira Leite fugiu-lhe a boca para a verdade ao dizer que seria muito mais fácil fazer reformas suspendendo temporariamente a democracia e fazendo ajustamentos com o restabelecimento da mesma (naquilo que alguns abusivamente entenderam como défice democrático da líder do PSD). A questão é a seguinte: não há reformas, mais ou menos profundas, que não gerem resistências dos interesses instalados. Veja-se as forças armadas (a vergonha que foi aquela ameaça de “oficiais mais jovens e temerários” sabe Deus o quê), os magistrados (veja-se como está a justiça; basta ver quem fica em prisão preventiva e quem aguarda em liberdade), os médicos e enfermeiros (desde que Correia de Campos saiu deixou de haver nascimentos em ambulâncias, protestos, etc.), os professores, etc.
Aos professores já vimos protestar contra a redução das escandalosas férias de que beneficiavam, os exames nacionais (obriga-os a trabalhar mais dois ou três dias pagos para os corrigir), as aulas de substituição (um ultraje ter de substituir os colegas, durante as suas horas de trabalho), a carreira docente (todos os professores deveriam chegar ao topo da carreira apenas devido à antiguidade), a avaliação (não contra o método mas contra o princípio), etc. Qualquer mínimo detalhe é aproveitado por essa classe para protestar.
Na preparação para a última manifestação (a dos 120 mil de manifestantes – resta saber quantos professores) mudaram de agulha e bem. Agora querem apenas fazer aquilo que (alguns, digo eu) sabem e querem fazer: ensinar. Já não protestam contra exames, aulas de substituição nem contra o princípio da avaliação, diz o SP. Talvez ganhem alguma opinião pública com este apego e devoção ao ensino. Mas a realidade logo é reposta com os discursos (chego a ter pena de muitos alunos só de pensar que podem ter alguns professores como aqueles que aparecem a dar opiniões): a questão é não quererem ser avaliados. Seja interna ou externamente, seja anual ou plurianual. Não querem ser avaliados porque não querem aceitar que a progressão na carreira também tenha em conta a sua avaliação. Esta é a questão de fundo.
Aos professores já vimos protestar contra a redução das escandalosas férias de que beneficiavam, os exames nacionais (obriga-os a trabalhar mais dois ou três dias pagos para os corrigir), as aulas de substituição (um ultraje ter de substituir os colegas, durante as suas horas de trabalho), a carreira docente (todos os professores deveriam chegar ao topo da carreira apenas devido à antiguidade), a avaliação (não contra o método mas contra o princípio), etc. Qualquer mínimo detalhe é aproveitado por essa classe para protestar.
Na preparação para a última manifestação (a dos 120 mil de manifestantes – resta saber quantos professores) mudaram de agulha e bem. Agora querem apenas fazer aquilo que (alguns, digo eu) sabem e querem fazer: ensinar. Já não protestam contra exames, aulas de substituição nem contra o princípio da avaliação, diz o SP. Talvez ganhem alguma opinião pública com este apego e devoção ao ensino. Mas a realidade logo é reposta com os discursos (chego a ter pena de muitos alunos só de pensar que podem ter alguns professores como aqueles que aparecem a dar opiniões): a questão é não quererem ser avaliados. Seja interna ou externamente, seja anual ou plurianual. Não querem ser avaliados porque não querem aceitar que a progressão na carreira também tenha em conta a sua avaliação. Esta é a questão de fundo.
1 comentário:
Qual é afinal a posição dos professores?
Todos somos avaliados nas nossas funções profissionais, servindo essas avaliações para o rumo das nossas carreiras e para evoluirmos. Se os professores não querem ser avaliados de todo, não consigo perceber e menos ainda simpatizar. Se o que pretendem é uma revisão deste modelo de avaliações, então pode encontrar-se razões para a sua pretensão. Do pouco que tenho visto do lado de um ou dois professores, as tarefas de avaliação ocupam tanto tempo que a afectação para o lado educacional parece escassa. Mais ainda, pede-se a professores de áreas distintas para se avaliarem, p.e., uma professora de Farncês avalia um prof. de Música. Não faltará aqui uma análise ao modelo, antes de tudo?
E já agora, o que fizeram os sindicatos nas reuniões anteriores à implementação deste modelo?
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