domingo, 15 de março de 2009

Mais um frete da TV pública ao Governo

Este domingo, logo pela manhã, no programa de notícias da RTP1, apresentavam uma entrevista a José Sócrates efectuada em Cabo Verde. Esperava eu que o 1º Ministro fosse falar da sua visita, dos resultados alcançados, da cooperação com Cabo Verde, etc. Mas não, apresentaram o 1ª Ministro a criticar os partidos da oposição por se dedicarem aos “bota-abaixo” e à maledicência”, e os sindicatos por não serem responsáveis e por se dedicarem ao insulto pessoal contra a sua pessoa e por se deixarem instrumentalizar por algunspartidos. Por partes:
1) O 1ª Ministro utilizou a RTP para, numa visita de Estado, falar de política interna. A viagem a Cabo Verde (apesar de uma comitiva de 120 pessoas) foi mandada às malvas. A fazer fretes políticos, a RTP continua no seu melhor;
2) O que tem Sócrates, Lino e Santos Silva em comum quando se lhes pede para comentarem incidências políticas: repetem até à exaustão que a oposição só diz mal e “bota-abaixo” o Governo e o seu 1ª Ministro. Mas e então a sua opinião sobre o que se passa? Isso não interessa porque a oposição só sabe dizer mal. E soluções para os problemas do país? Nada, porque a oposição só sabe dizer mal. Ficaremos então à espera da 1ª oposição que só diga bem do Governo. Pode ser que o discurso mude.
3) Sócrates descobriu que a CGTP é instrumentalizada pelo PCP e pelo BE. Não abona em seu favor Sr. 1º Ministro. Desde os anos 70 que se sabe isso (no que ao PCP diz respeito). O que, sendo absolutamente verdade, não parece argumento quando se está no Governo e o deixe de ser quando se está na oposição.
Assim, para além da campanha negra do Público e da TVI, temos também a campanha dos sindicatos, do PCP, do BE, do PSD, do CDS e de todos aqueles que não digam bem do 1º Ministro. Ou seja, para o PS e para o 1ª Ministro tudo se resume a campanhas contra si.
Resultado: não precisa de justificar nada, porque de tudo aquilo que estas campanhas o acusam ou é por inveja política ou a culpa é da crise internacional. Como é que este homem consegue carregar este fardo de injustiças contra si? Ainda bem que temos um líder tão eloquente na sua argumentação política.

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