segunda-feira, 9 de março de 2009

Errarum Humanum Est

Na passada quinta-feira o jornal “Público” celebrou o seu décimo nono aniversário. Para além de oferecer aos seus leitores uma reflexão interessante sobre o futuro dos jornais em papel (isto é, do seu próprio futuro), o jornal publicou um texto com uma deliciosa resenha de algumas das gralhas e disparates que foram publicadas ao longo dos anos de vida deste jornal.

Já tive a oportunidade de assinalar neste blogue, aqui e ali, algumas gralhas deste jornal. Gralhas e erros, especialmente num jornal que se assume com sendo “de referência”, são situações que me irritam um bocado. Veja-se, por exemplo, a mesmíssima edição de quinta-feira, aquela que ostenta na primeira página o título “Ups! Fizemos asneira”. Nessa mesma página, há uma referência a uma entrevista ao futebolista Messi. Acontece que o jornal direcciona o leitor para as páginas 26/7 quando, na verdade, a entrevista aparece nas páginas 24/5....

Tudo bem, são gralhas e todos nós podemos errar. Tanto mais que reconheço que o custo de ter um jornal interessante, actual e quase à prova de erro são muito grandes quando sabemos que as notícias viajam a uma velocidade vertiginosa e caem em catadupa nas redacções dos jornais.

E já agora, verdade seja dita, pior do que fazer erros, é não os assumir. E o “Público” foi, de certa maneira, pioneiro nesta questão ao colocar no seu jornal uma secção “O Público errou”. Faz muito bem. Afinal de contas quem nunca errou? O erro faz parte da natureza humana.

Acredito que é atitude perante o erro que nos diferencia perante os demais. Reconhecer o erro, aprender com ele, não ter uma atitude negligente e desejar fazer sempre melhor são alguns dos meus princípios. Talvez por isso goste do jornal apesar das suas inúmeras gralhas e (por vezes) deliciosas trapalhadas. É que, afinal de contas, o diário parece seguir aquela frase de Bento de Jesus Caraça, que se encontra gravada numa parede do Instituto Superior de Economia e Gestão, que diz “Se não temo o erro, é porque estou sempre disposto a corrigi-lo”. Nem mais.

2 comentários:

RightWing disse...

Estava a ler o este post e estava precisamnete a lembrar-me da frase com que o acabas. Para quem entrou no ISEG quando a secretaria era na Miguel Lupi, essa frase fica marcada para sempre na nossa memória. Só reconhecendo o erro nos podemos dispor a corrigi-lo.

Olho de Vidro disse...

Citando ao PR, só tenho a dizer que u nunca me engano e raramente tenho dúvidas sobre a minha capacidade descomunal para cometer erros.