Não me enganei ao colocar esta fotografia junto ao título deste post. Para mim, como seguramente para muitos portugueses de diferentes idades, a figura do Vasco Granja confunde-se um pouco com desenho animado, cinema de animação, banda desenhada...
Não é de estranhar, pois foi um dos maiores divulgadores do cinema de animação em Portugal. Ao fazê-lo tornou-se numa referência comum a várias gerações. Num símbolo de cumplicidade entre pais e filhos. Numa imagem partilhada pelo mundo dos adultos e das crianças. Partilhada talvez de uma forma que hoje é impossível de ser encontrada, tal a multiplicidade de canais de televisão, de revistas e de jornais existentes.
Foi com alguma surpresa que li ontem no jornal Público que a língua portuguesa a ele deve a introdução do termo “banda desenhada” (BD). Também aqui ficou a sua marca indelével. Sem Vasco Granja, talvez hoje em dia estaríamos a usar a expressão “histórias em quadradinhos” em vez de BD. Ou a utilizar uma versão aportuguesada da expressão comic books.
Sem Granja, talvez falássemos no Frajola em vez do Gato Silvestre. Talvez nunca teríamos conhecido o Speddy González, o cinema animado do Canadá, as sessões de filmes do "estranho" cinema animado proveniente da Checoslováquia e de outros países do Leste Europeu.
O meu mundo deve de facto algo a Vasco Granja. Faleceu há dois dias com 83 anos. Fica a sua lembrança na memória de quem com ele teve a oportunidade de poder apreciar a BD e o cinema de animação.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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2 comentários:
É verdade, amigo DeKuip, o Vasco Granja marcou as nossas infâncias. Quem não se lembram das sessões de desenhos animados experimentais, sempre à espera do Bugs Bunny, do piu-piu, da Pantera, enfim. Sempre animado (adjectivo que assenta bem), entusiasmava com as suas escolhas e era competente. Um grande apresentador que fez muito pelas nossas educações. Com saudade.
Saudade é a palavra certa. E sim, lavava-me ao desespero. Já nessa altura esperava pelos desenhos animados comerciais e ficava fulo com as doses de experimentalismo checoslovaco (sim, a Rep. Checa ainda estava junta com a Eslováquia), búlgaro ou húngaro ou soviético (pois, também ainda havia a URSS - quem não sabe o que significa esta sigla vá a uma enciclopédia). E tudo a preto e branco.
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