quinta-feira, 7 de maio de 2009

Despercebido como convinha

Na quinta-feira passada foram aprovadas alterações à lei de financiamento dos partidos políticos. Quase ninguém deu por ela. Os telejornais também pouco ou nenhum realce deram à questão. Foi aprovada por TODOS os partidos. Apenas António José Seguro votou contra e apenas 4 deputados se abstiveram (um do PS, um do PSD, um do CDS e uma independente eleita pelo PS) - justiça lhes seja feita. Em resumo, em donativos ou contribuições (dinheiro vivo), os partidos passam a poder receber cerca de 1,2 milhões de Euros, contra os anteriores 600 mil.
Muito se fala de enriquecimento ilícito, transparência nas contas, regras apertadas de controlo de transferência de capital recato nos gastos eleitorais, etc. Mas a “pedido” de quem é que esta alteração foi feita? Do PCP. Sim, do PCP que tem uma festa onde, supostamente, angaria muito dinheiro vivo (suponho que notas e moedas) e que será a base do seu financiamento. Ouvimos o Bloco de Esquerda criticar esta alteração? Não, votaram em “bloco” a favor.
PCP e BE, sempre tão (hipocritamente, digo eu) zelosos com as contas do Estado e dos privados (empresas e famílias) acharam bem e concordaram com esta alteração. É certo que, todos os partidos votaram a favor, mas ao PCP e ao BE pede-se, pelo menos, um pouco de decoro e de vergonha. Bem prega Frei Tomás …

1 comentário:

DeKuip disse...

A verdade é que o sistema político português está feito de uma forma fechada. É feito por políticos que repartem benesses e outras coisas que tais por alguns partidos políticos (essencialmente os que têm representação parlamentar). O Bloco foi o último a entrar neste "clube". Acho que deveria haver mais discussão sobre estes assuntos, mas não estou à espera que os que estão bem com este sistema o façam de livre vontade... Não és o único a pensar da forma que é colocada no post. Vê a notícia de última hora do público on-line: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1379111&idCanal=23.