quinta-feira, 28 de maio de 2009

Esquadras de Turismo

Tenho uma conhecida que, na sua primeira visita a Lisboa, teve a desagradável experiência de ver a sua carteira passar para as mãos de um daqueles amigos do alheio que, como bem sabemos, adoram os estrangeiros que nos visitam. Aconteceu na estação de metro da Alameda, no passado mês de Março.

Após o sucedido, a pessoa em causa foi informada para ir a uma “esquadra de turismo”, da PSP, reportar o infesto acontecimento.

Primeira surpresa. Confesso que não sabia que existiam “esquadras de turismo”. Aquela que foi usada localiza-se na Praça dos Restauradores. Suponho que a sua existência se deva ao facto dos turistas necessitarem, ao contrário da fauna autóctone, de competências especiais dos polícias (maior celeridade dos processos, conhecimento de línguas, etc). Não sei, mas até pode ter alguma razão de ser.

Depois de prestar todas as informações à PSP, sucede que a minha conhecida teve de voltar para o seu país de origem. Fim da história? Não. Passado cerca de um mês, a polícia portuguesa envia-lhe uma carta para a sua caixa de correio.

Surpreendidos com a eficiência do Ministério da Administração Interna? Sim? Pois então o que dizer do facto de a mensagem ter sido escrita em português quando a pessoa que a recebeu não percebe uma palavra deste idioma? Esta é, a bem dizer, a minha segunda surpresa, até porque a queixosa falou sempre com as autoridades em inglês… Será que a vontade de espalhar o idioma Luso pelo mundo faz parte do "pacote" de competências especiais associados às “esquadras de turismo”? Não sei, fica a pergunta no ar.

Já agora, se por acaso encontrarem uma carteira em pele, de cor preta, com presilha de cor castanha, com um zipper à sua volta, que contenha três fotografias, números de telefone, um cartão de descontos em loja e cartões de visita digam alguma coisa. Dá-se de barato o dinheiro perdido.

Sem comentários: