sábado, 16 de janeiro de 2010

O bobo da República

O bobo da República vinha falando e preparando o seu terreno. Ontem anunciou a sua disponibilidade para se candidatar à Presidência da República em 2011. E, numa atitude de enorme egocentrismo, (que sempre o caracterizou) que só demonstra que os seus interesses estão sempre acima dos interesses da nação, veio faze-lo em plena negociação/discussão do orçamento de estado para 2010. Talvez o mais importante orçamento dos últimos 25 anos em Portugal. Como diria o actual Presidente da República, o momento é de discutir os grandes problemas do país (desemprego, défice, dívida externa, contas públicas, etc.), e não de nos dispersarmos. Manuel Alegre, na irresponsabilidade natural da pessoa em causa, achou que afinal a altura era de se falar da “sua” candidatura”. Depois clamou (do alto dos seus dotes oratório – única qualidade, de facto, do senhor) que a política tem de se sobrepor a esta economia e que é tempo de arrancar com um modelo económico alternativo. Pior que uma pessoa irresponsável, narcisista e arrogante, só juntando um inapto completo sobre tudo mas que quer falar sobre…tudo. Sempre me meteu confusão a alcunha porque era conhecido pelos seus “amigos” do PS (nos idos de 70/80): o Pateta Alegre. Hoje entendo perfeitamente. Manuel é o grande bobo da República. Mas o pior é que por detrás deste bobo, há uma agenda política, individual e de um partido (BE). Eu, por mim, volto a perguntar: mas este cavalheiro tem algum dote particular que o caracterize como presidenciável?
Ter um candidato como Alegre ou ter o taxista que ontem me levou a casa é exactamente a mesma coisa: ambos criticam o país, os políticos e a situação económica mas nenhum faz a menor ideia do real estado do país e muito menos têm uma ideia de como se pode rasgar um novo futuro. Mas ambos falam sobre tudo e se têm em grande conta.

11 comentários:

DeKuip disse...

Mesmo podendo alguém concordar com os argumentos do post, penso que é um pouco abusivo chamar "bobo" a uma pessoa que teve cerca de um milhão de votos na última eleição para a Presidência...

Green Turra disse...

Não querendo defender a tese defendida pelo Rightwing, penso que o DeKuip não está a ver a questão.
O Cavaco teve bem mais votos, e eu continuo a pensar que tenho o direito de lhe chamar Monstro do Bolo-Rei...

Olho de Vidro disse...

Cavaco, o "Monstro do Bolo-Rei"? Essa esta-me a fugir... Qual a razão para tão interessante nome?

RightWing disse...

Meu caro Olho de Vidro, não me digas que nunca viste o então 1ª ministro (penso eu que ainda foi nesse tempo) Cavaco a devorar uma fatia de bolo-rei? Como é possível?

Olho de Vidro disse...

Ahahahahah!!! Acabo de ver no Youtube (magnífica ferramenta da memória), genial, genial, genial!!!

DeKuip disse...

Green Turra, direito tens, não é essa a questão. Mas continuo a pensar que é um bocado insultuoso apelidarem uma pessoa de pateta ou de bobo (eu disse "abusivo" no primeiro comentário para não dizer insulto; digo-o agora). Já não acho tão insultuoso chamar "alguém" de monstro do bolo-rei. Até porque há provas no youtube que o comprovam e que nos fazem rir (se a pessoa em causa tiver humor, também ri...; como acontece até naquelas vezes em que nos apanham mal numa fotografia...). Mas no caso do pateta e bobo, onde estão as provas de que Alegre é isso? As provas são as palavras do nosso colega de blogue. É liberdade de expressão, bem entendido. Mas não será também um bocado insultuoso? Não haverá maneira mais soft de dizer de que não se gosta de poetas para a Presidência da República?

RightWing disse...

Caro Dekuip, o pateta e o bobo não temn a ver com o facto de se ser poeta ou não. No caso em apreço apenas se juntam na mesma pessoa. Patetas e bobos há em todas as actividades, bem como pessoas intelectualmente bem preparadas, sérias e válidas. Quanto ao pateta, fiz referência (como disse no blog) à forma como muita gente, dentro e fora do PS, apelidavam o dito. Quanto ao "bobo da república" surje claro numa alusão ao "bobo da corte" que tinha como missão dizer uns disparates sobre o que quer que fosse. Por isso, e em ambos os casos, reafirmo o que escrevi e penso: um político com uma carreira de mais de 30 anos (só na AR) que começou por se insurgir contra a classe política e que fala do que pouco ou nada sabe é o quê? De quaçquer forma vou tentar ser mais polido (embora no lista de sinónimos dos word, as alternativas não são muito melhores). E mais uma vez estes meus considerando referem-se apenas e só à actividade política e pública do senhor. Nunca porei em causa a pessoa. Esta ou qualquer outra, salvo em casos devidamente justificados (o que está longe de ser o caso)

DeKuip disse...

Uma correcção, o poeta em questão não fez "só" carreira política na Assembleia. Foi, por exemplo, duas vezes Secretário de Estado. E já agora, a distância que separa a posição que é a de escrever que algumas pessoas dizem que fulano A é pateta (dizendo a seguir que entende porquê) e aquela em que o próprio autor do post escreve que a pessoa A é pateta é muito curta... Ou não?

Green Turra disse...

Não querendo armar em defensor dos dizeres de cada um, até porque me parece que a sua intenção foi de facto pejorativa, lembro de forma ligeira (ou seja extraída da wikipédia) aquilo que se entende por bobo da corte: " Dizia o que o povo gostaria de dizer ao rei e zombava da corte. Com ironia mostrava as duas faces da realidade..."
Assim, quando se está a criticar a forma ligeira com que uma determinada personagem se chega aos microfones, não se estará também, em simultâneo, a elogiar o cinzentismo,o políticamente correcto, o tacticismo no fundo, da maioria?

rastanplan disse...

Na minha opinião o tom do post é claramente uma opinião pessoal, pelo que os comentários do autor são admissíveis, mesmo que ofensivos para a pessoa.

Já no que concerne à seguinte à afirmação "Eu, por mim, volto a perguntar: mas este cavalheiro tem algum dote particular que o caracterize como presidenciável?", penso que o facto de ser o segundo candidato mais votado nas eleições anteriores é explicativo.

Eu não gosto de McDonalds, mas não compreender o porquê de serem os hamburgers mais vendidos me parece absurdo. Obviamente há algo no discurso do Manuel Alegre que é apelativo, o facto de ser demagógico já é outra história (o MCD tb vende saladas...)

RightWing disse...

Esta última opinião fez-me lembrar um director de um canal de televisão que dizia que eleger um presidente da república era como vender sabonetes. O facto de reconhecer que o McDonalds vende muito hamburgers não os torna particularmente saudáveis ou de grande qualidade nem tão pouco recomendáveis para o meu jantar ou para os jantares do Palácio de Belém.