Não há muitas actividades em que os portugueses se podem orgulhar de estar entre a nata mundial. O futebol sénior de selecções é uma dessas actividades.
Sabemo-lo pelos resultados conseguidos nos últimos 10 anos, período em que Portugal esteve (quase) sempre presente nos palcos das grandes competições internacionais.
Soubemo-lo ontem, uma vez mais, através da brilhante qualificação de Portugal para o Mundial na África do Sul. E digo brilhante pois foi conseguida em condições extremamente difíceis, com muitos pontos perdidos no início da qualificação, para não falar na falta de crença da generalidade dos adeptos (a certa altura eu próprio tive bastantes dúvidas) e da nuvem de críticas que acompanhou tudo e todos da selecção.
Não me lembro de, perante tais adversidades, a Selecção mostrar uma atitude tão focada e ganhadora. Um bom exemplo para todos. Conseguiram-se os pontos, atingiu-se o objectivo proposto e o resto é conversa.
Diverti-me muito com a opinião de alguns comentadores desportivos – os vulgos “especialistas” – que, após a qualificação de Portugal, e perante um registo histórico de críticas ao Seleccionador, à Federação e aos jogadores, tiveram de mudar de tom e meter a viola do “triste fado” no saco.
Obrigado Selecção por mais uma pedrada no charco da crítica fácil, do pessimismo crónico de alguns e de uma certa maledicência atávica.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
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7 comentários:
Não deixo de depreender, se calhar erradamente, que mesmo quando as coisas correm mal (no futebol, na economia, na sociedade) o melhor é assobiar para o ar e fingir que está tudo bem. Especialmente quando se atingem vitórias de Pirro. Tudo a bem da nação e da sua auto-estima, claro. Isso é conversa de outros tempos, mas tudo bem. Assobiemos então...
Apesar do objectivo obvia e claramente alcançado, não posso deixar em claro esta visão de que se alcançado o objectivo tudo está bem, se falhado, tudo está mal.
O facto de alcançar a fase final do mundial não torna forçosamente Queirós bom treinador, assim como o facto de Quim deixar de ser convocado não o torna pior guarda-redes do que já era (por exemplo).
Ponto positivo no jogo de ontem (no de Sábado nem isso) alguma capacidade de sofrimento e até, alguma humildade.
É tipo Ídolos... não me convenceste, mas vais ter outra hipótese
Discordo da opinião do caro colega DeKuip, em especial no ponto no que qualifica (por razões erradas) a classificação de “brilhante”. Eu diria que “foi a que podia ser”, tendo em conta o grupo de jogadores e o seu estado de forma, e muito especialmente tendo em conta o seleccionador. Portugal ficou classificado para o Mundial, o que é um facto destacável, mas não foi conseguido “de maneira brilhante”.
Sobre os jogadores, dizer que alguns dos que contaram para Queiroz simplesmente não têm categoria para estar na selecção, por exemplo Duda, um dúbio lateral esquerdo, com lacunas tácticas enormes. Dos que não contaram para Queiroz, alguns não estão no seu melhor momento nos seus clubes, como Moutinho, mas que deveriam aparecer na selecção porque (na minha opinião) são os mais adequados para o estilo de jogo que Portugal deveria preconizar: usar um meio-campo forte com capacidade técnica suficiente para manter a posse de bola e alimentar aos atacantes. É uma teoria simples, mas precisa de ser posta em prática por jogadores com as capacidades certas, e evidentemente complementares. Na minha opinião há jogadores: Deco (habitual), Moutinho (não está no seu melhor momento, e não joga), Meireles (habitual), Ronaldo (também para ponta de lança), Coentrão, Simão (não está no seu melhor momento, mas joga), Naní (nunca suficientemente adaptado à selecção, mas joga), etc.
Sobre o “professor Queiroz”, pouco posso dizer de bom (evidentemente, é a minha opinião). Em poucas palavras: é teimoso, excessivamente conservador, não tem o carisma necessário, e tacticamente demonstrou certa cegueira em diversas ocasiões. Mas qual é a razão pela qual o Pepe joga no meio-campo?! É simples: porque, apesar de que não ajuda a construir, consegue destruir muito jogo, em especial (como vimos ontem) quando as bolas não chegam pelo chão mas sim pelo ar. Como teria sido a posse de bola e a construção do jogo com a entrada de Moutinho, por exemplo?
E mais sobre o termo “brilhante”: o pontos perdidos no início da classificação forma perdidos por Portugal, porque jogou pior que os adversários, ninguém lhos tirou “por decreto”. Quero dizer que se Portugal teve que jogar tudo numa cartada, foi pelos seus próprios erros!!!
E para acabar, um toque reivindicativo: brilhante, brilhante, foi a classificação de Espanha (OK, OK, e a de Inglaterra, e Holanda…).
E a França?! Esses é que tiveram uma classificação brilhante!!!
Podendo também parecer suspeito, brilhante (sem aspas) foi, de facto, o apuramento da Espanha.
Já agora, entrando nos comentadores e nas chefias do nosso futebol: querer fazer da Bósnia um grande e perigoso adversário parece-me completamente desprovido de sentido. Tem 3 ou 4 bons jogadores e nada mais. Mas enfim...
Ena, tantos comentários e quanta animação! E nem uma a dizer bem do que foi feito... Bem eu não disse que estava tudo bem. Quis dizer que nem tudo estava mal e reforçar a ideia de objectivo cumprido apesar das adversidades. Reitero o adjectivo de brilhante. Brilhante pela recuperação que fizeram e pelo facto de terem conseguido um lugar no mundial. São maneiras de ver as coisas. Em relação a este assunto eu vejo-as como um copo meio cheio. Mas entendo que se possa ver o mesmo assunto pela perspectiva do copo meio vazio. Saudações a todos, especialmente ao Green Turra que não participava há algum tempo.
Caro DeKuip, é verdade que se conseguiu o objectivo, com uma brilhante 2ª parte, se dividirmos a qualificação em 2 metades, do número de jogos disputados. O problema foi a primeira metade, com a perda de muitos pontos e com más exibições. Neste início, a excepção foi o jogo em casa com a Dinamarca. A selecção jogou muito bem, mas perdeu. Na altura escrevi a minha opinião, criticando Queirós pelas substituições.
A verdade é que o seleccionador não tem espírito ganhador, carisma (como disse o galego). Isto faz com que se sinta menos confiança.
Mas o resultado está à vista. O apuramento foi conseguido, sem a ajuda "des arbitres".
Allons ARBITRES de la Patrie Le jour de gloire est arrivé!!! He, he, he!!!
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