quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Aprender com o humor: alguns recursos para economistas e não economistas

Muitos conhecem a expressão dismal science que, na língua inglesa, é usada como sinónimo da disciplina de Economia.

O que talvez nem toda a gente saiba é que mesmo nesta área do saber, apelidada de tristonha, depressiva e lúgubre, existem artigos, alguns deles publicados em reputados jornais da especialidade, que mostram que os economistas, mesmo os muito famosos, não são seres completamente falhos de humor.

Se não acreditam leiam, por exemplo, o The conference Handbook, de G J. Stigler que, em duas páginas e meia do Journal of Political Economy, apresenta uma proposta para catalogar os comentários e as opiniões dos colegas de profissão em conferências e seminários.

Se acham que o artigo de Stigler é uma excepção entre laureados Nobel, então procurem The Theory of Interstelar Trade de Paul Krugman e The Effect of Prayer on God's Attitude Toward Mankind de James J. Heckman.

Mas mais exemplos existem.

Dos clássicos The Economics of Brushing Teeth (1974) e A First Lesson in Econometrics (1970), passando pelo Up or Down? A Male Economist’s Manifesto on the Toilet Seat Etiquette até ao mais contemporâneo e divertido Japan’s Phillips Curve Looks Like Japan, alguma coisa existe por aí que prova que os economistas poderão ser Criaturas que, bem vistas as coisas, conseguem brincar com a sua própria profissão.

Chegados a este ponto o leitor, especialmente aquele com pouca paciência para ler artigos em jornais da especialidade, provavelmente estará a pensar: Obrigado pelas referências que se incluem na categoria de… HUMOR de CROMO!

Pois bem, é uma opinião. Respeitemo-la e tentemos contra-argumentar.

Se só há humor de Cromo, então o que dizer do site da JokEc, parte integrante do seríssimo grupo de recursos para economistas NetEc?

Nela encontramos um acervo de piadas sobre economistas e a sua profissão. Tudo coisa para ser lida e apreendida rapidamente, num piscar de olhos. Anedotas e piadas quanto baste, escritas em poucas palavras, parcas em parágrafos e, por vezes, cheias de humor.

Desenganem-se todos aqueles que, ao ler estas linhas, pensem que não tenho mais nada para dizer. Pois bem, reservei quase para o fim o que penso ser, na minha modesta maneira de ver, ainda mais desconhecido para o comum dos mortais. E o que é?

A profissão de Stand-up Economist.

Há pelo menos um, a julgar pelo site de Yoram Bauman, Ph.d. como gosta de frisar. Local com informação vária, incluindo a referência a uma sua recente publicação chamada The Cartoon Introduction to Economics: Volume 1, Microeconomics.

Vão ao site, caso não acreditem que haja mercado para este tipo de profissão. Há vários videos dele no YouTube, sendo o mais conhecido aquele em que troca por miúdos os 10 princípios da economia enunciados num livro do economista Gregory Mankiw. Vão por mim, vale a pena ver.

Num registo um pouco diferente, e para quem estiver interessado, resta-me também fazer referência ao site dos prémios Ig Nobel. Este galardão, que começou por ser uma grande brincadeira, é presentemente feito de uma forma muito profissional e “séria”, sendo uma das rubricas em disputa aquela que é atribuída à ciência Económica.

Nunca ouviram falar? Bem, é ir ao site e ver, por exemplo, que o prémio de 2008 foi atribuído a três investigadores por terem descoberto, e passo a citar, that professional lap dancers earn higher tips when they are ovulating. O que dizer disto? Bem, talvez nada. É espreitar o site e para quem gosta... investigar.

Resta-me dizer que mais recursos sobre cartoons, anedotas e piadas sobre a economia e economistas podem ser obtidos, por exemplo, aqui.

Divirtam-se. Até porque a rir também se consegue aprender alguma coisa de Economia.

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