É verdade que os dados mais recentes do INE (2º trimestre e estimativa rápida para o 3º trimestre) revelam alguns sinais de melhoria na difícil situação económica do país, confirmando alguns dos indicadores de conjuntura (do próprio INE, da CE e da OCDE). No entanto, não é menos verdade que, de acordo com todas as previsões, Portugal deverá voltar a divergir da média da EU já em 2010. Ou seja, Portugal só consegue convergir em … recessão. Em fases de crescimento Portugal diverge e apenas e só quando se está numa recessão generalizada é que Portugal consegue convergir. Parece-me dramático!
Quando se espera e deseja novo período de crescimento económico (embora não tão vigoroso como o anterior), Portugal vai voltar a perder fôlego e crescer menos que a grande maioria dos seus parceiros europeus. A juntar a isto temos um défice monstruoso e uma dívida pública galopante.
Pergunto-me: será que nomes como Campos e Cunha, Vítor Bento, Daniel Bessa, Augusto Mateus, Medina Carreira, Silva Lopes, entre outros, estarão todos errados e têm apenas uma intenção persecutória contra este governo?Não me parece. Caminhamos para o abismo, mas alegremente. Tudo porque não se deve dar ouvidos ao “bota-abaixismo”, como lhe chama o nosso PM
Quando se espera e deseja novo período de crescimento económico (embora não tão vigoroso como o anterior), Portugal vai voltar a perder fôlego e crescer menos que a grande maioria dos seus parceiros europeus. A juntar a isto temos um défice monstruoso e uma dívida pública galopante.
Pergunto-me: será que nomes como Campos e Cunha, Vítor Bento, Daniel Bessa, Augusto Mateus, Medina Carreira, Silva Lopes, entre outros, estarão todos errados e têm apenas uma intenção persecutória contra este governo?Não me parece. Caminhamos para o abismo, mas alegremente. Tudo porque não se deve dar ouvidos ao “bota-abaixismo”, como lhe chama o nosso PM
5 comentários:
Medina Carreira não é economista, é, se não estou em erro, fiscalista (e foi ministro das Finanças). Mas para o assunto em questão pouco importa até porque o pessimismo em relação ao futuro do País pode ser encontrado noutros discursos como, por exemplo, no de Álvaro Barreto, eminente sociólogo da nossa praça. Concordo em parte com o que é dito no post. Existem números e perspectivas que preocupam. E muito. O post refere alguns: défice público, dívida pública e fraca capacidade da economia para crescer. Mas há mais assuntos, cada um dos quais merecedor de pelo menos um post. Exemplos? Aqui vão: desorçamentação “crónica” das contas públicas, desemprego, falta de competitividade, etc, etc. O que gostava de dizer é é que estes problemas estão longe de ser um exclusivo deste governo ou dos governos PS. (Houve até um ensaio, publicado no jornal i, do economista Ricardo Reis que diz que em tempos de governação PSD o ritmo de crescimento do consumo público foi maior do que no dos governos PS…) Mas o que me preocupa mais é constatar, muitas das vezes que ouço falar destes assuntos, um grande consenso sobre a situação dramática do país. Mostram-se gráficos, fazem-se extrapolações lineares para o futuro e pinta-se tudo de negro. E depois o que há a fazer? Há, quando há alguma coisa, para além de generalidades (do estilo é preciso apostar na educação) discórdia sobre o que fazer. Entre os comentadores habituais, gostei de ouvir as vozes de Perez Metello e de Braga de Macedo que, no meio dos números negros do desemprego, conseguiram descortinar uma pequena mensagem de optimismo e de esperança: constataram que a economia portuguesa estava a ter criação líquida de emprego qualificado. Será uma alteração estrutural da economia portuguesa? Não sei. Só sei que pelo menos o discurso teve algo de positivo. Ou terá sempre tudo que ser analisado sob o ponto de vista da tragédia?
O sociólogo de quem falas deve ser o António Barreto (sociólogo) e não o Álvaro Barreto (ex-ministro da agricultura e da economia em governos PSD). Sim, fala-se de generalidades, é verdade. E sim, as soluções são dispares, dependo do posicionamento político (já não falo em ideológico que parece ofender muita gente hoje em dia). O problema é que com as diversas soluções de PS e PSD e com as diversas soluções dentro dos próprios governos PS e PSD o país só tem conseguido divergir em termos reais. Aliás, a outro nível, as clivagens foram ontem bem evidenciadas no programa "Prós e Contras" sobre o estado da justiça. Sendo um desconhecedor absoluto do sistema e das regras da justiça só pude conceluir que algo está muito mal. Soluções? Haverá muitas. Mas, nos últimos anos não creio que alguma tenha conseguido inverter o caos da justiça que penaliza toda a sociedade portuguesa
Sim, de facto é o António Barreto.
Eu lamento ser repetitivo quando se fala em desenvolvimento económico, inovação e criação de emprego. O que faz falta verdadeiramente é uma LIBERALIZAÇÃO total dos diversos sectores económicos. Não esqueçam que Portugal segue sob o controlo das mesmas famílias de sempre, e esta “paralisia capitalista” provocada pela falta de concorrência verdadeira em muitos mercados leva aos problemas habituais: falta de projectos alternativos de investimento y portanto de oferta adicional no mercado laboral, falta de concorrência nos preços e nos produtos de consumo, etc. Outra medida importante poderia ser a descida de impostos, mas sempre acompanhada por um investimento na modernização do sistema fiscal, incluindo um reforço das capacidades de inspecção e fiscalização. Não esqueçam que quem paga impostos em Portugal são de facto as rendas do trabalho por conta de outrem… Trata-se, em fim, de alargar a base de contribuintes para, numa primeira fase (e provavelmente sem recurso a aumentos de impostos) conter o défice público, e numa segunda fase chegar a permitir reduzir alguns impostos, que estão de facto a travar o consumo. De resto: investimento em educação (força nisso!!!), investimento em investigação básica (bora lá!!!), investimento em infra-estruturas de transportes necessárias e convenientemente dimensionadas à realidade do país (nunca num TGV Lisboa-Porto megalómano!!!), investimento numa verdadeira modernização da justiça (dá-lhe!!!), e por último as reformas constitucionais necessárias para permitir aos cidadãos da Galiza exercer de PM ou PR (viva a República Galaico-Portuguesa!!!).
Por isso farto-me de rir quando aparecem uns cristãos-novos (socialista e comunistas, primeiro rendidos ao mercado) reformulados (agora contra o que chamam de liberalismo) a propagar os males do liberalismo. Parece que Portugal alguma vez praticou o liberalismo. O "liberalismo" em Portugal sempre foi uma forma de PSD e PS controlarem, de forma mais ou menos explicita, a actividade económica. E quando agora se arvoram em críticos deste "liberalismo" apetece perguntar o que andaram a fazer nos últimos 2o/30 anos. Felizmente que parece ter terminado a época do fim do liberalismo. De facto e como diz o nosso querido galaico-português Olho de Vidro, nunca houve liberalismo em Portugal. Os "estatista" portugueses ou não sabem do que falam ou falam com manifesta má-fé e pouco respeito pela realidade.
Enviar um comentário