
Mas mais interessante do que a capacidade “contorcionista” legislativa da banca, o que o estudo da DECO sublinha é, quanto a mim, a enorme dificuldade da tarefa de regulação.
De facto, não basta legislar, é preciso afectar recursos para monitorizar o funcionamento do mercado e estar atento ao aparecimento de novas formas de perpetuar práticas (legalmente) vedadas.
Mais. As conclusões do estudo lembram que mais do que leis, é preciso pensar em as construir de forma simples e transparente. Enfim, vem lembrar a todos aqueles que clamam por um mercado “mais regulado” que a regulação tem muito que se lhe diga...
É que para além do que se ouve nas discussões mais ou menos académicas sobre as virtudes e os defeitos do mercado livre, não sei se alguém conseguirá dizer o que será pior na prática: se um mercado completamente ausente de regulação ou a proliferação de muita e má regulação.
Suponho que, à semelhança do que a sabedoria popular nos diz, algures no meio deve residir a virtude.
1 comentário:
A dificuldade em legislar parece acarretar ainda alguma falta de cuidado na redacção. Nos últimos diplomas na área do crédito à habitação, forma bastantes as vezes em que foi necessária uma intervenção do Banco de Portugal, através de pareceres ou avisos, dando a sua interpretação e impondo-a. Custa verificar que o pouco cuidado de quem redige as leis permite abusos e subterfúgios. Mas o trabalho continua.
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