quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A vingança do chinês?


Ontem li um artigo no jornal Público, reproduzido aqui no Blogue Ladrões de bicicletas, com o título “A ciência económica vai nua?”.

O texto é da autoria de cinco professores de economia e assenta na ideia de que a actual crise económica e financeira é também o produto da aposta das escolas de economia e gestão em ensinar maus modelos teóricos. As Universidades e, portanto, os professores e académicos teriam, desta forma, a sua quota parte de responsabilidade na actual crise porquanto foram através dos seus ensinamentos que foram “moldados” os comportamentos dos economistas, gestores e demais intervenientes na actividade económica que, por assim dizer, criaram a crise. Confesso que acho a ideia engraçada (embora algo rebuscada).

Um facto curioso: os autores do texto vêm do ISEG, da Universidade de Évora, do ISCTE, sa Universidade do Porto e sa Universidade de Coimbra. Para completar o ramalhete de instituições com algum relevo no ensino da economia em Portugal faltam apenas, se exceptuarmos a Universidade do Algarve e a do Minho, a Universidade Nova de Lisboa e a Universidade Católica.

E que duas universidades! Não foram estas aquelas que mais contribuíram para o ensino do mainstream economics em Portugal? Aquelas que apostaram na má teoria? São.

Bem sei que as opiniões dos professores não devem ser confundidas com as instituições que os empregam. Mas não deixa de ser curiosa a junção das instituições onde os autores do artigo de opinião trabalham.

Repito, é uma ideia engraçada. Mas pergunto: não será o texto do jornal Público mais uma espécie de vingança do chinês? Espero bem que não. Espero que tenham razão quanto ao papel da teoria no meio disto tudo e que, já agora, as boas teorias (sejam lá quais forem) venham algum dia a ser ensinadas de forma maciça nas Universidades portuguesas...

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