Uma deputada vai receber subsídio para pagar as suas deslocações a casa, todas as semanas. Nada de anormal, dirão. Não fosse o caso da casa da senhora ser em Paris e ela ter sido eleita pelo círculo eleitoral de … Lisboa. Um parecer jurídico deu razão à pretensão da deputada. Um ex-administrador da PT, cargo ao qual chegou seguramente pelo seu mérito, torna-se um mártir, vítima de calúnias, recusa-se a dar explicações a uma comissão de inquérito da AR por as suas explicações puderem ser usadas contra ele. Tudo normal se ele se considerasse culpado. Mas não, é uma vítima e as suas únicas palavras são para pedir desculpa a quem? Aos contribuintes? Aos cidadãos? Não. Ao … 1º Ministro. Percebo perfeitamente. Se tivesse chegado a administrador da PT, também agradecia ao 1º ministro ou a quem me tivesse lá colocado. Uma decisão do Tribunal da Relação confirma que um empresário ofereceu dezenas de milhares de euros a um vereador para tentar influenciar uma decisão da autarquia mas como, supostamente, se enganou na pessoa é ilibado. Aqui, valeu-lhe o facto de ser totó e ter falta de jeito para corromper. Ah, e os juízes que temos, ou a justiça que temos, ou as leis que temos. Entretanto, os juízes do ministério público acusam os advogados, estes acusam os magistrados judiciais. O Procurador Geral e o Presidente do Supremo Tribunal não se entendem, etc. O 1º ministro hoje, ao inaugurar um terminal de cruzeiros confessou a sua paixão por portos. Desde sempre gostou de portos. Do ar que se respira nos portos. Se inaugurasse um aeroporto seguramente confessaria paixão por aviões aeroportos e se inaugurasse a linha de TGV a sua paixão por estações e comboios. Seria preferível que confessasse uma paixão, mesmo que vaga, por Portugal e pelo seu destino, em vez de continuarmos a negar as evidências. Em Portugal e no estrangeiro vai-se generalizando a ideia que se a Grécia afundar, nós iremos logo a seguir (ah pois, já não são só os habituais “velhos do Restelo”). Basta ver as evoluções, quase paralelas das taxas de juro das obrigações e dos preços dos CDS de ambos os países. Os avisos de economistas estrangeiros. Mas o Governo e o Presidente da república continuam a exclamar as diferenças entre os dois países. Neste momento, Portugal é absolutamente ingovernável e, mais grave, sem vontade de ser governado. Basta saber até quando e com que custos. Tudo se paga. Mais tarde ou mais cedo.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
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3 comentários:
Es mais um... Velho do Restelo... Tudo vai mudar o dia em que Portugal ganhe o jogo ao Brasil, seu Velho do Restelo!!! I got a certezaaaaaaaa!!! Já agora, que linda campanha publicitaria... E que patriotica...
Honestamente é este tipo de discurso que nos faz pequenos, sem comentários.
Faça como eu, deixe de ler jornais e de ver telejornais e comece a pensar na forma como se vai safar da crise caso ela lhe bata à porta, vai ver que depressa constata que afinal que manda no nosso destino somos nós e que a importância de quem está à frente dos destinos do país é reduzida.
Do José só faltava esta. Qualquer dia ainda nos tenta vender os livros de auto-estima, auto-motivação ou, como ser um lider. Você vive no seu mundinho e nega-se a olhar à sua volta. O que me parece muito bem. Afinal de contas é esta a grande virtude de uma democracia. Cada um pensa e vive de acordo com as suas convicções. Já agora, recomendo-lhe a comunidade hamish: além de não lerem jornais e não verem televisão (logo não vêem telejornais), ainda andam de carroça, não têm luz electrica nem água canalizada e recusam o progresso. Há várias delas nos EUA. Boa viagem!
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