Já sei que este post vai gerar as já habituais reacções (escritas ou não) dos optimistas do costume (que, como já disse anteriormente, ainda bem que os há), como por exemplo, o meu caro amigo Dekuip. Ontem, o Dr. Medina Carreira deu mais uma brilhante entrevista, desta feita a Judite de Sousa. Já sei que vão dizer que não disse nada de novo. Já sei que vão dizer que falta formalizar as reformas que ele advoga como absolutamente necessárias (por ex., justiça, educação, leis anti-corrupção, etc.). Já sei que o vão apelidar de “Velho de Restelo”. Nada de novo. Mas a sua lucidez é absolutamente louvável. Tão mais louvável e brilhante que, o que se está a passar actualmente em Portugal foi previsto e antecipado por ele (também por Silva Lopes, Campos Cunha, Vitor Bento, entre outros) há muitos meses (ou anos) atrás. Era inevitável. Mas, Medina Carreira, ontem, levantou uma questão a que voltarei no meu próximo post: a experiência necessária para se ser governante. Dizia, mais ou menos isto: que para se tomarem decisões difíceis é necessário “ter-se” vivido, ter experiência, ser-se independente, ter passado por determinadas situações. Em resumo, ter tido uma carreira profissional. Eu quase que arriscaria a por as coisas nestes termos: por um lado temos os “Velhos de Restelo” com carreira feita, cheios de experiência de vida, de vivência do mundo real e, por outro lado, os “jovens lobos” de 30/40 anos, altivos, pedantes, convencidos da sua sabedoria (essencialmente partidária) e desprezando os primeiros. Ao contrário do que pensava à 15 anos atrás, estou cada vez mais convencido que estes “jovens lobos” não são parte de equação que pode ter a solução para os problemas do nosso país.
quinta-feira, 4 de março de 2010
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2 comentários:
Não vi a entrevista, mas penso que para se falar de carreiras nada melhor do que uma pessoa com o nome de Medina Carreira. De mais a mais porque M Carreira tem mais do que experiência na área. O fiscalista foi ministro das Finanças no I Governo Constitucional com 45 anos (ou coisa que valha) e saiu de lá com cerca de 1 ano e qualquer coisa de trabalho.
Se calhar até por isso. Partindo do princípio que os sobre-dotados são uma infíma minoria, que experiência de vida (real, profissional, de tomada de decisão, etc.) tenho eu ou tu ou outro qualquer indivíduo com 35/45 anos para liderar os destinos de uma nação. Sobretudo se esses indivíduos pouco ou nada fizeram na vida.
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