Segundo esta notícia, a Grécia vai adoptar um conjunto de medidas que incluem, entre outras, o congelamento de reformas, a subida da taxa do IVA e cortes de 30% e 60% no 13º e 14º meses de vencimento, respectivamente.
Alguém que tem uma memória mais longa do que a minha lembrou-me que os portugueses já sentiram na pele este tipo de medidas draconianas. Foi na década de oitenta, com Mário Soares a primeiro-ministro e o FMI a passar a receita para o reajustamento da economia após os excessos da Revolução de Abril. Nessa altura não foi um corte de 90% (30%+60%) mas a supressão total de um dos salários suplementares dos trabalhadores que foi implementado.
É bom ter a memória longa. Lembra-nos que os benefícios que muitos hoje em dia consideram como perfeitamente adquiridos no mundo laboral podem não ser, bem vistas as coisas, assim tão seguros como isso.
Por um lado esta consciência legitima e valoriza as greves e todas as manifestações feitas por quem luta pela sua manutenção. Mas por outro também nos faz lembrar que situações podem haver em que é mesmo necessário deixar de lado interesses sectoriais, corporativos e fazer sacrifícios por um objectivo comum. O problema nestas situações é mesmo esse; o de como fazer com que todos partilhem um objectivo comum. Até porque quantos mais houverem sem escapatória para partilhar o aperto do cinto, maior será o incentivo individual malandro para furar a fila dos enjeitados…
sexta-feira, 5 de março de 2010
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2 comentários:
Vamos esperar pelo nosso PEC e respectivas correcções ("aconselhadas" pela CE) para ver o que nos vai acontecer. No entanto, a fazer fé no nosso 1º ministro e no ministro da finanças, não devemos estar muito preocupados: a crise cá não foi como lá fora (aliás, passou-nos mesmo ao lado); a nossa situação é completamente diferente da grega; começámos a crescer muito mais cedo que os outros, temos uma grande liderança, não temos razão nenhuma para pensar que os nossos governantes nos mintam sobre o que quer que seja, etc. etc. Por isso, já vejo o sol a brilhar para todos nós nos amanhãs que nascem. Não nos esperam, com certeza, muitos sacrifícios. Aliás, se nos for pedido algum sacrifício, será com certez para nos por no "pelotão da frente" para em 2013 estarmos como nuca antes estivemos.
Caro RightWing, gosto tanto quando abandonas esse pessimismo teu habitual e começas a ver a vida tal e como ela é, linda, deslumbrante até!!!
Hmmm, espera um momento, não estavas a ser sarcástico, pois não? Seu malandro…
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