quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A incontinência verborreica de Saramago

Declaração de interesse: Não gosto de Saramago. Para além de representar o que de pior há no comunismo (ou deverei dizer estalinismo), é um incontinente verbal, um ser egocêntrico, truculento e um hipócrita da pior espécie. Não vou entrar na polémica da Bíblia. Do Livro em si mesmo, e de religiões Saramago já demonstrou ser uma nulidade absoluta. Agora é preciso ver o porquê da sua verborreia contra a religião em geral, e a católica em particular. Sendo um “comunista” radical, abomina tudo o que seja mercado ou livre iniciativa. O mundo deveria girar segundo os seus cânones absolutistas e pouco ou nada democráticos. O mundo ocidental, que lhe permite ter o tipo de intervenções que tem, é o inferno “governado” por seres malévolos que vão desde os governos democrática e livremente eleitos, até à Igreja Católica. No entanto, quando publica um livro, escrito lá do seu refúgio dourado de Lanzarote, aplica sempre as melhores técnicas de marketing e as ferramentas mais sofisticadas que o mundo globalizado põe à disposição de todos, de forma democrática. Assim, recorre ao insulto, à agressão, à polémica para atrair a atenção daqueles que, de outra forma, nem se lembrariam que o senhor – com letra bem minúscula (não confundir com o Senhor!) ainda existe. A técnica é sempre a mesma: primeira lança a senhora Pilar, depois aparece com um qualquer dislate, de preferência contra a Igreja Católica ou os governos ocidentais. E assim lá nos lembramos que a criatura lançou mais um livro. Qual é mesmo o nome do livro?
Isso não interessa nada, desde que a sua conta no banco (outro dos demónios) se encha mais um pouco.

PS: No post “Caim e Abel” não concordo com o DeKuip. O assunto não é sensível se debatido com conhecimento e tolerância e respeito por quem tem ideias diferentes das nossas. O problema de Saramago é a sua total ignorância sobre o assunto em causa, ou pior, a sua total intolerância perante quem pensa e age de forma diferente da sua. Quanto à ideia de renunciar à nacionalidade: a ideia foi do escritor que há uns anos atrás amuou com o Governo português. Por mim, até assinava uma petição para o incentivar a essa renúncia.

7 comentários:

DeKuip disse...

Ora aí está uma belíssima iniciativa: uma petição para o cidadão Saramago renunciar de nacionalidade... Força! Eu não assino mas dou todo o meu apoio.

RightWing disse...

Só se estari a fazer uma vontade previamente anunciada pelo José. Assim como assim, já não vive cá e o seu conceito internaciolista da sociedade facilitaria a coisa. Ah, e podemos acrescentar a senhroa de Belgais que também se farta de anunciar a sua renúncia.

Olho de Vidro disse...

Sinceramente penso que se lhe está a dar importância a mais a este assunto: o homem quer é vender o seu livro!!!

Dito isto, também quero dar “uma no cravo e outra na ferradura”. A Bíblia, em especial o Antigo Testamento, tem passagens que reflectem o modo de vida e directrizes para a mesma da sociedade daquele tempo. Assim sendo, contêm coisas que hoje consideramos, com a nossa sensibilidade da sociedade e do mundo como “pouco humanas”: comportamentos impiedosos, castigos desmesurados, vinganças divinas… De facto, o Deus do antigo e do Novo Testamento são totalmente diferentes: passa de um Deus implacável e até cruel a um Deus compreensivo com as debilidades humanas, que perdoa, e que se sacrifica na forma do seu próprio filho para a redenção dos pecados da humanidade. Esta evolução é, evidentemente, um reflexo da mudança na espiritualidade humana e da sua forma de olhar o mundo.

Assim sendo, não tenho dúvida que o Saramago tem uma parte de razão. Ora bem: a linguagem e a pose (estalinista?) usadas, de grande mestre da literatura, grande escritor absoluto que também “absolutiza” os seus pensamentos e posições, mete coisas a mais no mesmo saco… E evidentemente, o momento para esta crítica é o certo: a apresentação do seu livro... O objectivo é multiplicar a expectativa e assim multiplicar as vendas. Velhos truques de marketing, legítimos até certo ponto.

Será que o Saramago ultrapassou esse ponto? Não sei, mas não me parece. Afinal, em democracia pode-se dizer tudo (ou quase). Mas também com fins comerciais? Pode que sim… Mas se calhar não... Insisto: este assunto está a tomar relevância a mais.

Dito isto, acho a iniciativa de iniciar um pedido de retirada da nacionalidade é uma parvoíce. Em democracia até os antidemocratas têm voz, e não os mandamos embora… Afinal o Saramago está só a expressar a sua opinião…

RightWing disse...

Eu volto a sublinhar que o pedido para retirar a nacionalidade não passou de uma ironia a um desejo expresso pelo próprio Saramago na polémica com Sousa Lara, na altura secretário de estado da cultura. Quanto à forma como encaramos, hoje, escritos e vivências de séculos passados, (concordo com o Olho de Vidro) há que ter todo o cuidado e analisar esses factos à luz dos seus tempos. Ou será que nós, ibéricos (onde se inclui Saramago) gostaria de ser visto como um bárbaro pelo papel que Portugal e Espanha tiveram no tempo da escravatura ou por se terem queimado pessoas no tempo da inquisição ou, mais recentemente, pelo violação de direitos fundamentais nos tempos das respectivas ditaduras? Tudo tem o seu tempo de acção e de análise. Saramago não compreende isso (ou, quando lhe dá jeito).

DeKuip disse...

Muito bem, uma parvoíce. Mas têm todo o meu apoio. Se quiserem lançar a petição, força! E já agora, o cidadão Saramago acaba de dizer na SIC notícias que nunca disse que queria mudar de nacionalidade.

RightWing disse...

Nem todas as petições têm de passar pelo teu apoio Dekuip. A Terra continuará a girar mesmo que não concordes com alguma coisa, mesmos as parvas. Quanto a Saramago não ter tido o que disse, deve-se dar o desconto necessário à personagem em questão. Também ainda há-de vir a reescrever a história da sua passagem pelo DN. Quando lhe der jeito, claro.

DeKuip disse...

Claro, claro, Rightwing. Força!