Portugal faz parte do grupo de países em que os governos foram fortemente penalizados. Referenciando apenas os principais Estados, é curioso o facto de três dos governos mais penalizadas serem de esquerda (Brown em Inglaterra, Zapatero em Espanha e Sócrates em Portugal). Ao invés, governos de direita foram poupados e alguns reforçaram posições (Merkel na Alemanha, Sarkozy na França e o inenarrável Berlusconi em Itália). Dada crise económica e a constante atribuições de responsabilidades, pela esquerda europeia, ao sistema capitalista, seria de prever que os povos se sentissem tentados a punir as políticas mais ligadas ao mercado, privilegiando aqueles que advogam o Estado e cada vez mais Estado. Tal não sucedeu. Os europeus pareceram querer dizer que, se nem tudo corre bem a nível económico, não é o Estado e a sua crescente acção que irão resolver esses problemas. Ou seja, uma coisa são os “sound-bites” da maioria dos analistas (esmagadoramente de esquerda) outra é a percepção dos indivíduos sobre quem pode e como se pode ultrapassar a crise económica. Afinal ainda há esperança. Afinal ainda há uma imensa maioria que acredita no mercado e que diz não a conceitos estatizantes para a economia.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
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2 comentários:
Penso que analisar os resultados das Europeias da forma como o post o faz é um bocado exagerado. E porquê? Porque os grandes vencedores destas eleições foram, uma vez mais, a abstenção. Já o foram noutras eleições europeias, e o partido popular europeu, onde se reúne a família europeia de direita, já era a maior força política em Estrasburgo. Com níveis de participação democrática a rondar os 40%, o que é que se pode dizer sobre a vontade do "povo" em preservar o mercado e coisas do género? Muito pouco ou nada, dira eu. Que diabo, as eleições foram para o parlamento europeu, não para escrutinar a maior ou menor adoração conservadora dos europeus sobre o mercado. Se calhar, a coisa mais isenta que posso dizer sobre as eleições é que elas mostram, uma vez mais, o alheamento do eleitorado europeu face às questões europeias. Mais, com níveis de abstenção tão altos, o que acontece - como aliás aconteceu -é haver mais condições para as "franjas" da extrema esquerda e da direita aparecerem com mais força. Poderei daqui inferir que os europeus estão mais radicais? Acho que não, estarão mais alheados da política europeia e isso é, na minha modesta opinião, um falhanço do modelo Europeu e dos políticos europeus.
Então fico, apesar de tudo, muito mais aliviado por haver 40% dos europeus que estão informados e interessados sobre os assuntos europeus (debatidos nas eleições europeias) e que sabem distinguir os assuntos europeus dos nacionais. Será assim?
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