A Europa (e perdoe-me o resto do mundo por não ter um conhecimento tão aprofundado sobre o que por lá se passa) anda preocupadíssima e ansiosíssima com as eleições nos EUA.
É claro que “toda a gente” (ou seja, a grande maioria da qual não faço parte) deseja e espera que Obama ganhe. Porquê?
Bem, a maior parte das pessoas afirma que é preciso mudar (o lema de Obama é “Change”). Mudar para onde e para o quê? Isso ninguém sabe exactamente e, na Europa, nem se interessa por tentar saber. O importante é Obama ganhar.
Eu, por mim, pela primeira vez não me repugna que ganhe o candidato democrata. Não porque ache que Obama seria melhor presidente que McCain (antes pelo contrário), mas porque pela primeira vez não sinto que haja diferenças substanciais entre os dois. Sendo injusto para McCain, até me atreveria a dizer que, afinal, preferia que Obama ganhasse. Porquê?
Em primeiro lugar porque, como disse, as diferenças entre ambas não são substanciais. Em segundo lugar, para que os europeus entendam que os seus interesses não correspondem exactamente aquilo que são os interesses dos EUA e há que viver com isso. Terceiro, para os mesmos europeus compreenderem de uma vez por todas que, em política externa (que é o que interessa aos europeus), a diferença entre democratas e republicanos é praticamente nula. Quarto, porque seria um murro nos dentes de muita gente a eleição de um negro para presidente dos EUA. E quinto e último para ver quanto tempo os adoradores europeus de Obama vão continuar a louvar o presidente como louvaram o candidato (ou seja, quanto tempo resistirão até o começarem a mimoseá-lo, com os adjectivos do costume, como fizeram com todos os anteriores presidentes dos EUA, Clinton inclusive).
A propósito das eleições presidenciais americanas que empolgam por mais tempo os europeus que os próprios americanos, sugiro a leitura da revista “Pública” (suplemento do jornal “Público”) de 26 de Outubro. Temos de tudo. A visão tipicamente europeia, a visão de vários americanos de diversas proveniências e de partidos diferentes e depois as visões individuais de vários articulistas. A não perder a entrevista e as respostas de Jerry Hagstrom, bem como o artigo de João Marques de Almeida.
Aliás, com a devida vénia, transcrevo aqui o último parágrafo desse artigo de João Marques de Almeida, intitulado ”Interesses do mundo” ou um “mundo de interesses”:
“Um dia, percebe-se que, afinal, Obama é um “Presidente americano” e que, no mundo, há muito menos “americanos” do que no dia 4 de Novembro. Os “interesses do mundo” voltarão a ser substituídos pelos interesses americanos. E a política voltará a ocupar o lugar dos desejos. Nessa altura é que se verá quem é que apoia, verdadeiramente, o presidente Obama.”
Eu continuo a acreditar que, felizmente, os europeus irão ter mais uma grande desilusão caso Obama seja eleito. Pode ser que assim comecem a olhar os EUA nas suas múltiplas vertentes.
É claro que “toda a gente” (ou seja, a grande maioria da qual não faço parte) deseja e espera que Obama ganhe. Porquê?
Bem, a maior parte das pessoas afirma que é preciso mudar (o lema de Obama é “Change”). Mudar para onde e para o quê? Isso ninguém sabe exactamente e, na Europa, nem se interessa por tentar saber. O importante é Obama ganhar.
Eu, por mim, pela primeira vez não me repugna que ganhe o candidato democrata. Não porque ache que Obama seria melhor presidente que McCain (antes pelo contrário), mas porque pela primeira vez não sinto que haja diferenças substanciais entre os dois. Sendo injusto para McCain, até me atreveria a dizer que, afinal, preferia que Obama ganhasse. Porquê?
Em primeiro lugar porque, como disse, as diferenças entre ambas não são substanciais. Em segundo lugar, para que os europeus entendam que os seus interesses não correspondem exactamente aquilo que são os interesses dos EUA e há que viver com isso. Terceiro, para os mesmos europeus compreenderem de uma vez por todas que, em política externa (que é o que interessa aos europeus), a diferença entre democratas e republicanos é praticamente nula. Quarto, porque seria um murro nos dentes de muita gente a eleição de um negro para presidente dos EUA. E quinto e último para ver quanto tempo os adoradores europeus de Obama vão continuar a louvar o presidente como louvaram o candidato (ou seja, quanto tempo resistirão até o começarem a mimoseá-lo, com os adjectivos do costume, como fizeram com todos os anteriores presidentes dos EUA, Clinton inclusive).
A propósito das eleições presidenciais americanas que empolgam por mais tempo os europeus que os próprios americanos, sugiro a leitura da revista “Pública” (suplemento do jornal “Público”) de 26 de Outubro. Temos de tudo. A visão tipicamente europeia, a visão de vários americanos de diversas proveniências e de partidos diferentes e depois as visões individuais de vários articulistas. A não perder a entrevista e as respostas de Jerry Hagstrom, bem como o artigo de João Marques de Almeida.
Aliás, com a devida vénia, transcrevo aqui o último parágrafo desse artigo de João Marques de Almeida, intitulado ”Interesses do mundo” ou um “mundo de interesses”:
“Um dia, percebe-se que, afinal, Obama é um “Presidente americano” e que, no mundo, há muito menos “americanos” do que no dia 4 de Novembro. Os “interesses do mundo” voltarão a ser substituídos pelos interesses americanos. E a política voltará a ocupar o lugar dos desejos. Nessa altura é que se verá quem é que apoia, verdadeiramente, o presidente Obama.”
Eu continuo a acreditar que, felizmente, os europeus irão ter mais uma grande desilusão caso Obama seja eleito. Pode ser que assim comecem a olhar os EUA nas suas múltiplas vertentes.
1 comentário:
Vamos ver mesmo se o Obama ganha. Agora um dos temas de conversa é o "efeito" raça; i.e. que uma percentagem das pessoas que responderam em "ambiente de sondagens" mentiram e tiveram "medo" de dizer que, pura e simplesmente, não votariam num negro.
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