Esta metáfora futebolística aplica-se, na perfeição, à declaração de ontem do Sr. Presidente da República. Fez uma jogada fabulosa: uma exposição brilhante do contexto e dos argumentos utilizados na discussão sobre o tema em causa; salientou a intolerância de uma minoria que teima, sistematicamente, em apelidar de retrógrados e atrasados os que deles discordam, expôs claramente a sua posição. E depois, com a baliza escancarada falhou o golo, ou seja, não vetou o diploma. Perdeu uma excelente oportunidade de fazer prevalecer os valores de uma grande parte do seu eleitorado. Mesmo que nova votação favorável o obrigasse depois a promulgá-lo. Optou pelo tacticismo, pela solução mais confortável para a sua reeleição. Acabou por fazer uma triste figura. Não ganhou nenhum respeito daqueles que a ele se opõem e perdeu algum daqueles que são a sua base de apoio.
Foi pena.
6 comentários:
Só uma correcção, penso que não é uma minoria, mas sim uma maioria. Minoria neste caso são os que discordam.
Honestamente não percebo as razões para tão forte oposição, como é que um acto celebrado na privacidade por outros nos pode afectar tanto.
Mas eu honestamente nunca liguei muito a estas coisas.
Ponto 1, o post é bem claro na minoria de que falo: "a intolerância de uma minoria que teima, sistematicamente, em apelidar de retrógrados e atrasados os que deles discordam...". Falo da minoria dos defensores deste tipo de união que demonstram, poor sistema, o seu antagonismo por todos os que deles discordam. E não só neste tema.
Ponto 2: Para mim, e aí dicordo radicalmente do José, os que discordam da utilização do termo "casamento" para este tipo de união é, claramente, uma maioria. Mas também não vou teimar na contagem.
Mas isto é só a realização da profecia que já foi feita há algum tempo neste blogue sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo... Feita e aceite por todos, incluindo o Rightwing. Mas eu até gosto do argumento principal: o de que não se deve desviar a atenção da crise para coisas menos importantes. Grande Cavaco, sempre económico e eficiente! Agora aquele argumento da poligamia é que confesso que ainda me dá volta à cabeça!
"a intolerância de uma minoria que teima, sistematicamente, em apelidar de retrógrados e atrasados os que deles discordam..."
Honestamente não percebo o ponto. De ambos os lados da barricada há facções mais vocais e interventivas, ambas intolerantes e teimosas. A diferença é que neste caso os pro são a maioria e os contra a minoria.
Relativamente à oposição à palavra casamento, esta palavra não é suposto significar duas pessoas que se juntam e constituem um família?
Se é isto que os gays querem fazer, pq não se pode chamar os bois pelos nomes?
A não ser que casamento tenha alguma conotação teológica ou religiosa e seja essa a razão da oposição.
José, como lhe disse, não vou contar quem é pró ou contra. No entanto, nunca serei tão taxativo como você nessa análise. No entanto, acho curiosíssima a sua afirmação sobre a palavra casamento. Escreveu "não é suposto significar duas pessoas que se juntam e constituem um família?". A família, constituída pelo casamento, apesar da distorsão dos tempos modernos, tinha duas funções: protecção dos seus membros e reprodução. Não se esqueça que até há 30/40 anos os avanços da ciência não permitiam as modernas fórmulas de procriação. Logo, no limite (para quem lida com ciências e sabe que as demonstrações se fazem no limite), a união de pessoas do mesmo sexo apenas levaria a uma situação: a extinção do ser humano. Por isso, aceitando socialmente essas uniões, não poderei deixar de as considerar totalmente anti-naturais, baseadas em comportamentos desviantes ou modais e nunca dignas de se postularem como casamento. Está legislado, ok. Mas isso não significa que tenha de concordar nem de achar "normal".
Rightwing,
Honestamente a sua explicação não procede, já que se assim fosse não seria permitido aos estéreis (naturais ou provocados) ou a casais que não querem ter filhos casar.
O facto de ser admitido por lei, não impõem nenhum comportamento, daí o futuro da raça humana não estar em causa. Também não é proibido ter filhos fora do casamento ou não sendo casado
Se as razões são religiosas, então também os ateus não poderiam casar.
O casamento é tão antigo como o homem, é um comportamento social que honestamente não vejo porque tenha de ser negado a quem tenha outra orientação sexual.
Relativamente à homossexualidade ser contra natura, é concerteza contra a minha natura, mas os comportamentos homossexuais são tão antigos como o homem, ou mesmo anteriores.
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