Hoje, ao fazer o trajecto trabalho/casa, liguei, como de costume, a TSF. Esta estação estava a transmitir, suponho que em directo, o discurso de lançamento (finalmente decidiu-se) do poeta Manuel Alegre. A colocação de voz era excelente, como sempre. O conteúdo era de gargalhada. Manuel Alegre consegue dizer tudo e o seu contrário. Consegue defender tudo e prometer fazer o seu oposto. Tanta incongruência não é costume num discurso preparado. Mas em Manuel Alegre é possível. A ânsia de agradar à esquerda e à extrema-esquerda dá nisto. É impossível levá-lo a sério. Critica o Presidente da República, Cavaco Silva por expressar as suas ideias. Mas apresenta um verdadeiro programa de governo (desconexo, mas um programa). Exemplo: as obras públicas. Critica o PR por levantar dúvidas sobre o momento do seu lançamento mas diz que ele é a favor e aprova o investimento público. Critica a "cooperação estratégica" mas ele não se calará nem se coibirá de dizer o que pensa. Quer estar próximo do Governo, mas também do Bloco de Esquerdo, não vá ser este o único partido a apoiá-lo. Tudo junto dá um enorme vazio. Quem o ouve no início pensa que defende uma coisa. Quem o ouve no fim conclui o contrário. E quem ouve o discurso todo não consegue perceber nada. Eu, por mim, dispenso-o como meu aliado. Não o quero como companheiro de viagem. E seria desastroso tê-lo como Presidente da República.
terça-feira, 4 de maio de 2010
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