quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não, porque não acredito em mentirosos...

Não. Não aceito o pedido de esforço feito por um Primeiro-Ministro que vive na mentira. Obviamente, vou ter de pagar pelos desmandos dos últimos governos e que se acentuou com este. Não me peça nada. Sou obrigado. Se fosse voluntário, obviamente que não contribuía com um cêntimo que fosse. Ainda no dia 16 de Abril, dizia José Sócrates, que não haveria aumento de impostos para além dos previstos no PEC: Ainda há duas semanas, as grandes obras públicas iriam todas prosseguir porque essa era a via do desenvolvimento (Sócrates/Mendonça). Também não haveria perda de benefícios sociais, etc, etc. Ah, e havia os “bota-abaixistas” e os “mal-dizentes”, expressões tão caras a Sócrates. Hoje, depois de ter sido fortemente apertado pelos principais líderes europeus, deu uma volta de 180 graus. Aumentou todos os impostos, cortou nos benefícios sociais, adiou obras públicas, etc. Hoje, na comunicação em directo, após o almoço, foi confrangedor ver Sócrates gaguejar e enredar-se nas suas próprias mentiras. José Sócrates é um mentiroso compulsivo. Já tínhamos todos os indícios. Hoje temos apenas a confirmação. Portugal não pode continuar a ser governado por uma personagem que vê o poder como um instrumento de salvação pessoal. Foram alguns os que avisaram que isto era inevitável após o “fartar vilanagem” em que se tem vivido. Os portugueses não se podem queixar. Em Setembro continuaram a acreditar num mentiroso. Sim, mentiroso, com todas as letras.

2 comentários:

rastanplan disse...

Concordo em absoluto, ou melhor concordo com a sua revolta sobre o aumento dos impostos. Penso que é inaceitável, mas também o seria mesmo que José Sócrates o tivesse admitido desde o inicio.

Não concordo que a situação do país se deva ao "fartar vilanagem" que refere. Este é um problema mas não a causa da situação actual.

A causa da situação actual é o pós crise, e não uma crise menor, mas sim a maior crise que se viveu depois da 2ª Guerra Mundial.

Encarar o debate económico como se fosse o trio de ataque tem estas consequências, acabasse sempre por adoptar as soluções mais fáceis e não discutir o problema.

A situação é que vivemos num período de crise com o sistema financeiro português extremamente debilitado e incapaz de suportar os ataques especulativos à divida soberana.

A discussão deveria ter sido gerada em torno das diferentes alternativas para o país: (1) Reduzir a pressão sobre os mercados financeiros adoptando medidas drásticas de consolidação (que acabou por ser a escolhida) ou (2) privilegiar o crescimento, mesmo correndo o risco de degradar a nossa imagem e o custo da dívida.

Esta última parecia ser a medida mais adequada e não se compreende a razão da sua não adopção, a não ser que efectivamente o sistema financeiro português esteja bastante pior do que o que pensamos .

Discutir politica económica neste país é muito difícil. Para além das posições ortodoxas dos monetaristas (que mais uma vez levaram a sua avante) temos os fundamentalistas do neo-salazarismo apregoando a superioridade da politica das "solas rotas" e da economia das donas de casa.

No meio disto, uma comunicação fundamentalmente ignorante sobre as questões económicas e uma inteligentia económica que não tem opinião sobre nada.

Em Portugal irá ser sempre assim, enquanto os auto-proclamados liberais anunciarem os méritos dos aumento dos impostos e das contas equilibradas não serão os sociais democratas que os demoverão desses ideais, daí o resultado ser o previsto.

rastanplan disse...

No que concerne a José Sócrates, honestamente não percebo todo este destilar de ódio pessoal que se está a generalizar em alguns sectores da sociedade portuguesa.

Pessoalmente quando não gosto de um governante, ou de um governo adopto as seguintes posturas.

Primeiro: ignorar completamente as questões politicas. A indiferença continua a ser a melhor arma contra os idiotas.

Segundo: escolher/procurar alternativas, não ditadas pelo odio/amor pessoal a uma figura, mas baseada em ideias e pessoas com credibilidade.

Infelizmente apesar de não gostar de José Sócrates, as únicas alternativas viáveis a curto prazo residem no interior do PS, já que honestamente, e sem qualquer reserva mental, não vejo o PSD/PP como uma alternativa credível.

Tenho vindo a gostar de Passos Coelho, mas ter Bagão Felix ou Medina Carreira como ministros das finanças é uma alternativa que para mim é impossível de conceber.