terça-feira, 28 de abril de 2009
Feira do livro de Lisboa
No Porto a feira do livro abrirá no dia 27 de Maio.
Bratislava
A Eslováquia é um país com cerca de 5 milhões de habitantes e que se separou da República Checa apenas em 1993. Mas já tem o euro desde o início do ano, o que me permitiu ver que, com a excepção dos transportes, as coisas não são muito mais baratas do que em Portugal.
Quado aqui cheguei surpreendeu-me a quantidade de pessoas que assistiam às missas que, um pouco por toda a cidade, são celebradas. Sim, bem sei que, ao contrário da atéia República Checa, os eslovacos são católicos. Mas de qualquer forma surpreendeu-me a quantidade de fiéis que, de uma forma não tão pouco frequente como isso, enchem as igrejas (e estou a falar de fiéis de todas as idades e sexos).
A quem aqui vier aconselho uma deslocação ao castelo de Devín, sobranceiro ao Danúbio, junto à fornteira com a Áustria. Parece mentira, mas a cerca de 30 quilómeros está Viena, uma das cidades europeias mais conhecidas no mundo. Aliás, nunca deixo de me surpreender com a minha falta de conhecimento geográfico da Europa. Lembro-me uma vez quando, de viagem de autocarro para a Suécia, me apercebi que Copenhaga estava localizada numa ilha... Big deal, dirão as pessoas que têm pachorra para ler este post. Bem, para mim foi uma pequna surpresa.
Estou seguro, de qualquer forma, de que este tipo de desconhecimento (geográfico) não deve ser uma exclusividade minha. Não acho que deva ter sido o único a ter tido este tipo de pequenas "revelações" de viagem. O problema é se por detrás destes "desconhecimentos" (geográficos) se escondam também a falta de conhecimento e de interesse sobre as diferentes culturas e formas de pensar dos muitos povos deste mosaico cultural a que se vulgarizou chamar Europa... Enfim, hajam EU, programas Erasmus e eleições europeias em abundância para que estas coisas relacionadas com o desconhecimento do "outro europeu" se tornem mesmo uma raridade...
Uma outra dica a quem aqui vier: há internet wireless de borla no largo da câmara municipal, local fácil de identificar por causa das inúmeras pessoas com portátil e onde me encontro agora.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Medo de uma pandemia
Há ainda muita falta de informação sobre o assunto. O site do Público tem alguma. Um local que pode ajudar a diminuir este défice de informação é este (em inglês).
Tempo desafiador de estereótipos
domingo, 26 de abril de 2009
Muita expectativa mas…
Entrevista a José Sócrates foi um flop completo: crise (é internacional e não temos culpa – aliás, a culpa ainda é do PSD); obras públicas e investimentos sem retorno (vão ver o site do Ministério para ver as análises custo benefício), caso Freeport (coitadinho de mim, vitima de várias campanhas), blá, blá blá. Informação, justificação e soluções: ZERO. Para isto mais valia ter ficado em casa. Fica a habitual crispação do senhor que, por vezes, roça mesmo a falta de educação. Os três últimos primeiros-ministros (Durão, Santana e Sócrates) apenas chegaram a esse lugar por estarem no sítio certo no momento certo e não por méritos próprios. Há já quem pense que Manuela pode estar no sítio certo no momento certo.
Discursos das celebrações do 25 de Abril: o mesmo de sempre vindo dos Verdes e do PCP. Mais do mesmo vindo do Bloco. Intervenção acertadíssima de Teresa Caeiro (CDS) contra a corrente. Boa intervenção mas expectável de Paulo Rangel (PSD). Do PS, intervenção fraquinha de Marques Júnior que se salvou pelos momentos de emoção de quem recorda um momento do qual fez parte. O Presidente fez mais uma intervenção correcta. Muitos esperavam sangue. Tal não aconteceu mas balizou o caminho que deve ser seguido nas próximas campanhas eleitorais.
A incrível “promoção” de Otelo
A minha questão é outra: é promover (ou reparar) e indemnizar um personagem que teve a importância que teve no 25 de Abril (não é isso que está em causa) mas que, mais tarde, foi condenado por envolvimento numa rede terrorista, da qual só se livrou da pena devido a uma decisão política (indulto ou amnistia) do Presidente de então. Uma pessoa condenada por terrorismo, num Estado democrático, não pode ser agraciada com o que quer que seja por esse mesmo Estado. Nem sequer estamos perante alguém que alguma vez tenha manifestado o seu arrependimento. Nada disso. È incrível como se promove (ou faz progredir na carreira) e com direito a indemnização. Uma pessoa envolvida em roubos, sequestros e mortes. O facto de ser um dos militares de Abril não justifica nem permite tudo.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Vinte e cinco de Abril para sempre?
Ultimamente tenho ouvido e lido algumas coisas sobre o balanço destes últimos 35anos de democracia. Especialmente sobre o comportamento da economia portuguesa neste período, em comparação com a ditadura.
Será que houve progressos significativos? Será que escolhemos o melhor caminho? Será, ao fim e ao cabo, que a Revolução, e tudo o que se lhe seguiu, valeu a pena? Fica sempre a dúvida no ar. Não admira, uma vez que este tipo de perguntas são impossíveis de responder. Pelo menos sem apelarmos a argumentos de natureza mais ou menos ideológica.
E porquê? Porque não é possível trilhar dois caminhos diferentes e, no final de cada viagem, parar, olhar em volta e comparar os resultados alcançados.Fico no entanto com a sensação de que muito da Revolução está ainda por fazer. Falta talvez a revolução das mentalidades. Consciencializarmo-nos de que temos futuro e presente comuns. Falta talvez apostar mais no conhecimento e na educação. Falta sentir orgulho, para além do futebol, em ser português. Falta desenvolver uma ética do trabalho, baseada no mérito.
Falta, afinal de contas, ganhar muitas batalhas. Mas estas, acho eu, são bem mais difíceis de travar pois travam-se a nível individual e não são provavelmente realizáveis no espaço de uma única geração. Mas pode ser que esteja enganado.
Com toda a justiça
A notícia pode ser lida aqui.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Novas previsões do FMI (II)
Mas os resultados para 2009 também não são famosos: 9,6%. Tinha razão o Engenheiro Sócrates em dizer ontem que a prioridade do Governo é o combate ao desemprego...
Também há a destacar a previsão para 2009 da taxa de variação do PIB (-4,1%), pior do que as últimas previsões do Banco de Portugal (para poder vê-las, basta olhar para a barra lateral direita deste blogue, no espaço destinado às previsões económicas).
Retoma só lá para 2011... E já agora, deixem-me referir que as taxas de variação do PIB da Alemanha (-5,6%) e da Espanha (-3,0%) não são boas notícias para a nossa economia... Para a inflação o FMI prevê 0,3%, um valor acima dos -0,2% do Banco de Portugal.
Assim que puder actualizo a barra lateral direita do blogue com estas previsões.
Novas previsões do FMI
Tanto o relatório como a base de dados podem ser acedidas aqui. Ainda não consegui aceder à base de dados (talvez esteja meio mundo a fazê-lo neste momento). É que estou com curiosidade de saber quais as previsões do FMI para Portugal...
Relatório da Autoridade da Concorrência
terça-feira, 21 de abril de 2009
Relatório aprofundado de quê?
Uff, quase fico sem fôlego! De mais a mais, parece que o documento tem cerca de 500 páginas...
E qual a conclusão aprofundada? A de que não há cartelização no sector. As gasolineiras limitam-se a seguir umas às outras. Sem mais informação fica pelo menos uma dúvida: umas às outras ou as outras à GALP?
Não li o documento, por isso não posso dizer grande coisa sobre ele. Apenas que me parece que este é um exemplo claro de um oligopólio em que uma empresa (a GALP) tem uma posição privilegiada, nomeadamente na capacidade de armazenar e de escoar o produto no mercado. Logo tem algum poder sobre os preços e, como empresa que se insere num mercado de concorrência imperfeita, faz tudo para maximizar os seus lucros.
Surpreendidos? Talvez nem tanto. O que acontece é que, perante este cenário, há pelo menos duas posições políticas a tomar. Ou dizemos it’s the economy stupid, e não se faz nada (que é basicamente o que se tem andado a fazer até agora), ou se tenta uma maior regulação do mercado.
Acontece que hoje em dia os apóstolos do laissez faire estão na mó de baixo. Não admira, com o desemprego a subir, há a tentação para mudar o pêndulo ideológico... Tendo em conta as primeiras reacções vindas de São Bento, parece-me que os políticos estão cada vez menos receptíveis ao nacional porreirismo e a relatórios com conclusões mais ou menos melífluas, boas de embalar e que dão conselhos que entram no ouvido a 100 à hora e saem dele a 150.
Pois bem, parece que neste caso que até o PS tem dúvidas e o PSD diz que se deveria ter ido mais longe! Não admira, a pressão é grande, as eleições estão à porta…
Talvez estejamos a viver tempos em que é preciso encontrar alguém que não se guie unicamente pelo seu textbook de economia favorito e com cojones suficientes para deixar de dizer o que é porreiro todos ouvirmos...
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Séries longas
Estabilizadores automáticos (ilegais)
A notícia diz que este "expediente" contabilístico foi utilizado pela Grécia em 2006, altura em que este país viu o seu produto interno bruto aumentar 25% por causa de ter passado a contabilizar a sua economia "informal". (Agora já sei por que razão Portugal deixou, de um momento para o outro, de ser comparado com a Grécia...)
Numa altura em que muitos redescobrem a linguagem Keynesiana, talvez seja caso para categorizar - não sem alguma ironia, confesso - estas actividades de "estabilizadores automáticos ilegais"...
Não sei, pode ser que algumas destas actividades sejam resistentes a crises económicas, floresçam em tempos de vacas magras e venham a ajudar os governos e os governantes com obsessão por números a apresentar estatísticas mais simpáticas sobre o comportamento da economia...
quarta-feira, 15 de abril de 2009
IRS
Inflação no vermelho (parte II)
Nos EUA é preciso recuarmos até 1955 para verificarmos uma taxa de variação homóloga negativa. Em Espanha o INE esclarece que este é o primeiro valor negativo em toda a série histórica das taxas de variação homóloga do IPC. Definitivamente a inflação está na berra.
Aguardemos o que os próximos meses nos dizem, qual a reacção da economia europeia e norte-americana e, acima de tudo, que a opinião quase generalizada dos economistas se confirme: que os riscos de deflação estão longe de se tornarem uma realidade.
A press relase do BLS pode ser vista aqui. E a nota de prensa espanhola aqui. Amanhã saem os dados do Eurostat para a economia europeia.
O peso da existência
Lembrei-me desta ideia ao ler a Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera. Gostei muito de lê-lo e sinceramente tenho pena de só agora o ter descoberto.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Banco de Portugal revê em baixa projecções para 2009
A versão completa do boletim pode ser acedida aqui. A secção da barra lateral deste blogue sobre previsões económicas foi actualizada de acordo com esta informação. Para ter uma ideia de como é que as previsões têm vindo a ser revistas em baixa basta clicar na etiqueta com o mesmo nome. Às vezes a evolução das sucessivas revisões das previsões económicas diz bem mais do estado da economia do que a própria previsão em si mesma...
Certo é que este é um relatório para digerirmos e analisarmos nos próximos dias. Também nos próximos dias veremos mais indicadores importantes sobre a inflação nos EUA e na zona euro.
Investimento público II
Ora estamos em 2009 e, se olharmos para o copo "meio cheio", vemos que estrutura já existe. É só procurar um edifício novo, com o nome do jornalista, historiador e professor Fernando Piteira Santos em frente à Academia Militar. No entanto, o mesmo copo "meio vazio" diz-nos que, apesar da estrutura estar aparentemente pronta há pelo menos um ano, o que falta são os... livros!
Outra coisa que falta é, infelizmente, a informação. No local, ninguém sabe dizer quando a biblioteca vai abrir. (Pelo menos não havia até há bem pouco tempo!) Mais. Se recorrermos ao site da Câmara Municipal encontramos... nada sobre o assunto. Nada mais do que nada obtive quando enviei há quase um mês e meio um e-mail à Câmara da Amadora a perguntar sobre o estado da situação... Nada. Rien de rien.
O problema é que sem sabermos nada, sempre vamos vendo que o edifício, construído de raiz e concluído há já algum tempo, vai precisando de obras de manutenção e de, espanto dos espantos, correcções mais ou menos difíceis de se fazerem (como, por exemplo, o da construção de uma nova escada exterior ao prédio).
Será que a Câmara da Amadora está a utilizar todo o potencial que o investimento público desta obra pode trazer à comunidade maximizando, por assim dizer, o número de pequenas empreitadas? Mesmo que elas não sejam muito necessárias? Não sei, mas sem informação é difícil dizer mais alguma coisa sobre o assunto. Perminte-nos Apenas especular. Como, por exemplo, dizer que a obra está a ser preparada para ser inaugurada o mais próximo possível das eleições para aproveitar o seu efeito mediático na consciência dos votantes...
Vou reenviar o meu e-mail. Pode ser que desta vez tenha sorte e que, para minha agradável surpresa, a biblioteca já esteja a funcionar. Até pode ser que me engane e este não seja mais um daqueles exemplos que grassam pelo país de investimentos públicos que invariavelmente acabam em derrapagens, complicações com os empreiteiros e de desperdício de recursos. Tudo embrulhado no papel escuro que a falta de falta de informação sobre o assunto (convenientemente?) fornece.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Inflação no vermelho
Recentemente, o Governador do Banco de Portugal assegurou que os riscos de deflação na economia portuguesa eram, apesar de terem aumentado, "minúsculos". Deixou o aviso de que taxas de inflação negativas poderão acontecer mais vezes durante este ano mas que um processo continuado de descida dos preços (isto é, um processo de deflação) é difícil de vir a acontecer.
Quinta-feira saem os dados para a zona euro. A ver se confirmam os valores, bem abaixo dos 2%, que o Eurostat avançou na sua última flash estimate (para aceder aos posts sobre este tema, basta clicar na etiqueta "indicadores").
terça-feira, 7 de abril de 2009
Pormenor técnico
Não quero tecer nenhum comentário sobre a estimativa nem tão-pouco sobre a décima a mais ou a menos em relação a outras estimativas já efectuadas. Não.
Quero apenas alertar para o seguinte pormenor técnico. Se olharmos para a press release do Eurostat, verificamos que para os EUA e para o mesmo trimestre de 2008, a taxa de variação apresentada é de -1,6%. (ver press release aqui.)
Da mesma forma, se olharmos para esta notícia do Público lemos que a economia norte-americana "registou uma quebra de 6,3 por cento no último trimestre de 2008".
Então o que é que se passa? A economia dos EUA "mirrou" 1,6% ou 6,3% no último trimestre do ano passado? É que os números são bem dispares... Será que há um erro?
Há. E é um de interpretação que pode gerar confusão na cabeça das pessoas que consomem este tipo de informação.
O que se passa é que à notícia do Público sobre a evolução do PIB americano falta dizer que os dados, divulgados pelo US Bureau of Economic Analysis (ver press release deles aqui), são, ao contrário dos que são fornecidos pelo Eurostat, anualizados. Isto é, os -6,3% são a taxa de variação que obteríamos se a variação de 1,6% se perpetuasse por quatro trimestres consecutivos... A forma de divulgação do Eurostat é diferente da dos colegas americanos e isso não é, muitas vezes, tido em conta por quem divulga notícias sobre os dados.
Então, e qual é o problema? Bem, o problema talvez até não seja assim tão grande. Talvez a grande maioria das pessoas leia as notícias e as consuma de uma forma rápida, sem se preocupar com a ordem de grandeza dos dados.
Ao lermos hoje a notícia do Eurostat, já não nos lembramos da que foi dada, há algum tempo atrás, sobre o PIB dos EUA... E assim vamos vivendo. Sem muita atenção ao rigor dos números. O problema é que quem coloca estas notícias na internet deveria, na minha modesta opinião, saber como escrever e interpretar as coisas de forma a causar o mínimo de confusão aos leitores. O problema, é que constato que assim não acontece. Por que será?
Indicadores, indicadores, para que vos quero?
Com uma escala de leitura fácil, que teoricamente podia assumir qualquer valor entre os 0% e os 100% de pontualidade, nunca me lembro de ver o indicador medir menos que 96%.
Ontem, dia em que uma vez mais tive de me sujeitar aos atrasos impostos pela ausência de "material circulante" para me levar para casa - desta feita supostamente por causa de uma avaria de uma catenária -, lembrei-me do tal indicador que, como por artes mágicas, desapareceu da vida dos utententes...
Ele há coisas estranhas, não há?
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Sismo em Itália tal como foi sentido em Portugal
De acordo com notícias do mesmo site, o sismo atingiu a magnitude 6,3, e teve várias réplicas, a maior das quais com o valor de 5,1.
Na escala de Richter, um sismo com uma intenside de 6,3 é “grande” e é descrito como podendo “ser destruidor em zonas num raio de até 180 quilómetros em áreas habitadas” (ver mais sobre a escala aqui).
Perder-se na Índia
Ao ver na lista dos actores que participaram no filme Slumdog Millionaire os nomes Freida Pinto e Ashutosh Lobo Gajiwala, não pude deixar de pensar que a Índia talvez não deva ser apenas um lugar feito de propósito para as pessoas se perderem. É-o também para os nomes.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
G20 e paraísos fiscais
Os paraísos fiscais encontram-se quase todos na área "cinzenta", isto é, são lugares que acordaram cumprir com regras internacionais mas que, até agora, não fizeram nada de substancial para cumprir com o prometido.
No lote de jurisdições que prometeram mas que não cumpriram de forma substancial, encontramos o Liechtenstein, o Mónaco, Andorra, o Luxemburgo, a Suíça, a Áustria e a Bélgica.
Tudo países, principados e locais da Europa altamente civilizada com promessas de virem a cumprir no futuro com as melhores práticas internacionais em matéria fiscal. Tudo promessas de 2009. É caso para dizer: de agora em diante, tudo bons rapazes...
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Investimento público
A REFER parece estar agora a apostar neste tipo de tecnologia, tendo instalado linhas de controlo de acesso em várias estações da Linha de Sintra.
A estação de Monte Abraão, por exemplo, tem este sistema montado pelo menos desde Setembro/Outubro do ano passado e, a da Amadora, há pelo menos alguns meses.
E qual é o problema? O problema é que este sistema, apesar de estar fisicamente implantado, não funciona. Mais. Nem todas as estações da Linha de Sintra o têm, desconhecendo-se por completo (eu pelo menos não ouvi dizer nada sobre este assunto), sobre o critério utilizado para se ter começado com algumas estações e deixar de fora, por exemplo, a estação do Campo Grande.
Enquanto estas dúvidas persistem, é ver as gloriosas máquinas depreciarem com o tempo. Sim, porque por mais duradouro que um torniquete automático seja, ele também se gasta com o tempo. Também ele precisa de manutenção e de mais investimento público para manter a tecnologia dos “cartões de proximidade” pronta a ser usada.
Admito que não esteja completamente bem informado sobre este assunto. Mas esta situação cheira-me a desperdício. A mais um exemplo de mau planeamento e de má comunicação de objectivos.
É por isso que as discussões actuais de natureza ideológica sobre o investimento público, que dividem os partidários das “grandes obras” daqueles que acham que se deve gerir o dinheiro público no sentido de facilitar a vida dos pequenos agentes económicos me parecem, por vezes, esquecer algo da mais básico.
É que qualquer investimento público, seja ele grande ou pequeno, deve ser bem planeado e bem entendido por todos. E já agora, que seja entendido por todos (ou quase todos) como benéfico ou como uma melhoria em relação ao status quo. Será que alguém da CP/REFER consegue explicar que a situação actual é melhor (vai ser melhor) do que a anterior? Se não, cheira-me a desperdício...
Surpreendidos?
Eu estou de facto um pouco com a notícia que li aqui. Até porque a grande generalidade dos analistas previa uma descida para 1% (basta olhar para a primeira página do Jornal de Negócios de hoje…).
Esperava mais. Saiu-nos, a nós europeus, um corte de 25 pontos base. Aparentemente sem mais nenhuma medida adicional. Mínimos históricos, dirão os mais optimistas. Sim, mas esta é também a crise económica mais grave da história do Banco Central Europeu (BCE).
Também fiquei surpreendido porque parece que o corte da taxa directora não é suportada por outras medidas e pelo uso de outros instrumentos de intervenção monetária. Não saberão fazer mais nada do que baixar (comedidamente) e subir (sempre que possível) a taxa directora do mercado monetário?
Enfim, esperemos por mais informações do BCE sobre esta matéria. De qualquer forma, o corte vem na linha daqueles que pensam que o BCE está a reservar suficiente "margem de manobra" para poder baixar as taxa de juro no futuro.
A press release referente ao anúncio de hoje do Banco Central Europeu pode ser acedida aqui. Vale a pena ler. Está lá tudo. A sacrossanta estabilidade dos preços (basicamente ter o IHPC a variar em termos homólogos em torno dos 2%), o pacto de estabilidade, a referência a alguns países (estão a adivinhar quais?), que necessitarão de proceder a medidas de consolidação orçamental mais sérias a partir de 2010, a renovada estratégia de Lisboa, as reformas estruturais (isto é, a liberalização do mercado de trabalho), etc, etc… E claro, inflação, inflação e mais controlo da inflação. Ah, e falam em crescimento no longo prazo. Mas no longo prazo, já dizia Keynes, we are all dead.
Afinal de contas parece que o BCE não mudou assim tanto quanto isso. Surpreendidos?
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Indicadores num flash
Hoje foi a vez do organismo oficial para as estatísticas da União Europeia anunciar um aumento da taxa de desemprego. Tal como pode ser lido aqui, a taxa de desemprego na zona euro em Fevereiro aumentou de 8,3% para 8,5% em Fevereiro. E o que querem dizer esta última percentagem? Que cerca de 13,5 milhões de pessoas estão desempregadas.
Os campeões do desemprego são a Espanha (com 15,5%), a Letónia (com 14,4%) e a Lituânia (com 13,7%). Se adicionarmos a estes últimos os 9,9% registados pela Estónia podemos ter uma ideia dos problemas que os países bálticos estão a ter. Fora da Europa, os 8,1% dos EUA são uma preocupação para todos os que pretendem ver sinais de recuperação económica a nível mundial.
Perante estes novos indicadores, não há então que estranhar esta notícia do Público on-line que diz que o Banco Central Europeu (BCE) deverá descer, uma vez mais, a sua taxa de referência para 1%. Por enquanto o BCE ainda tem "margem", como dizem os analistas. E se a recessão for para além de toda a margem possível?
Geringonças com pedais
Acontece que “Cenas a Pedal” é o nome da uma empresa que importa bicicletas e outro tipo de geringonças que possam promover estilos de vida simultaneamente mais saudáveis e mais amigas do ambiente. Vale a pena espreitar o site aqui, que inclui um blogue sobre bicicletas e cenas do género. Apenas um senão, aliás bastante comum em sites comerciais portugueses. Não encontrei preços, o que me faz suspeitar que este tipo de "cenas"sejam caras e um luxo para a grande maioria das pessoas.
Fica a referência e a sugestão a todos aqueles que queiram abater a barriguinha e que, ao mesmo tempo, tencionem promover meios de locomoção mais limpos. Sim, porque há uns tempos atrás cruzei-me com um dos mais mediáticos responsáveis pela autarquia de Lisboa e fiquei impressionadíssimo com a proeminência da sua barriga...
Rincão
Para mim, o interessante do lugar é que poderia facilmente ser transportado para uma povoação da Beira Baixa ou para uma outra zona qualquer que não a de uma cidade limítrofe de uma grande metrópole. Sem termos de apelar a um grande poder de abstracção, poderíamos facilmente imaginarmo-nos noutro lugar.
Sim, bem sei que são simplesmente resquícios do passado não (sub)urbano de Queluz. Uma raridade, dir-me-ão também, porque estão bem estimados e conservados.
Tudo bem, tudo certo. Para mim, o lugar é um daqueles exemplos que me lembram que, por vezes, é bom enganarmo-nos a "tomar a árvore pela floresta". Pelo menos por uns instantes. Pelo menos enquanto a vista descansa e se concentra na árvore, no rincão que me transporta para outros lugares, e se alheia da floresta, do caos urbanístico dos subúrbios de Lisboa.